Priorização no Recrutamento e Seleção via grito do gestor? Nunca mais!

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Uma das maiores e mais recorrentes reclamações que escutei ao longo da minha experiência como Head Hunter, ou nas salas de aula como professor do MBA de Gestão Estratégica de Pessoas, é a dificuldade de priorizar os processos seletivos.

Normalmente, em empresas tradicionais (infelizmente a grande maioria das empresas ainda trabalham dessa forma), priorizamos o trabalho por ordem de chegada SLA (Service Level Agreement) / ANS (Acordo de Nível de Serviço), ou seja, quantidade de dias para fechar a vaga, ou pelo grito do gestor que acha que a sua vaga é a mais importante do universo e só está preocupado com o seu problema.

Pois bem, uma das vantagens de trabalhar com gestão visual é justamente de expor os problemas e não escondê-los.  No artigo “Como podemos trabalhar com um processo seletivo de forma Ágil?” falamos que seria fundamental que o RH pudesse priorizar o seu backlog de vagas de acordo com o retorno de cada vaga (ROI – Return On Investment), podendo assim decidir que vaga o RH entrega amanhã! Agora, como podemos agir com os gestores acostumados com microgerenciamento?

Vou ensinar uma técnica muito simples, porém de uma eficácia incrível.

Digamos que vocês já consigam fazer a gestão visual, montando o seu backlog na parede com algum grau de priorização. Na próxima vez que este gestor chegar “gritando” e pressionando porque a sua vaga de Analista Júnior de Tesouraria ainda não fechou, e que já faz incríveis 2 dias que a vaga está aberta, pergunte ao gestor se ele topa fazer um experimento: escreva o título da vaga em um post it e entregue na mão deste gestor. Agora peça para ele, na frente de todos e no meio da sala, colar a sua vaga (re-priorize) no backlog / lista de vagas segundo o seu critério de urgência, lembrando que segundos antes a vaga dele seria a número um, lembra?

Agora, ele verá que tem outras vagas de Assessor do Presidente, Gerente de Auditoria, vendedor técnico com uma especialização brutal, e assim por diante. Assim, rapidamente, vai se dar conta de que a vaga dele não é tão urgente quando comparada com o resto da empresa. Na verdade, ele sabe que a vaga dele deveria estar na última linha do backlog, mas ele não vai dar o braço a torcer e possivelmente vai colar este post-it no meio da lista. Possivelmente, vai parar de perturbar a paciência da equipe de R&S por algum tempo e sair de mansinho do setor.

Bode na Sala

O que vivenciamos acima, chamamos de “colocar o bode na sala”. É assim que o Método Kanban, com a gestão visual, nos ajuda com os problemas durante o fluxo de contratação, trazendo transparência ao processo, dando oportunidade para melhoria e, assim, conseguimos priorizar as ações. Até porque, como sempre dizemos, “toda e qualquer lista maior ou igual a dois itens, tem que ser priorizada”.

Por esta razão é que não abrimos mão de expor os problemas e ter um quadro bem organizado e que todos possam ver!

Aproveite para ler mais artigos sobre Agilidade na área de RH!

Matriz RUT: Priorizando seu backlog e seu portfólio de projetos
☛ O RH pode ser ágil? Não, deve!
☛ Espiral Positiva de Times de Alta Performance
☛ Líder Ágil x “Líder” Chefe
☛ Somos Todos Tarefeiros: a Cultura da Ocupação

Aproveite para fazer sua inscrição no treinamento de Kanban Management Professional I e Kanban Management Professional II.

Veja como foi a edição do RH Ágil Summit 2018

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Sobre o autor(a)

Agile Expert e Trainer na K21

Andre Bocater Szeneszi é sócio na K21 e co-fundador da startup WBrain Agile People. Com uma longa trajetória empreendedora e também como HeadHunter, Andre é apaixonado por Pessoas e Cultura Ágil. Formou-se em Administração pela PUC-Rio e possui diversas especializações em Business, como: especialização em Finanças pela Pontifícia Universidad Católica de Buenos Aires, Gerenciamento Estratégico pela Universidad de Belgrano e Strategic Planning & Decision Making pela Berkeley. Atuou como professor da Pós-Administração da Fundação Getulio Vargas durante muitos anos e também ministra treinamentos de Cultura Ágil no Brasil, América Latina, Estados Unidos e Europa. É colunista da Revista Human em Portugal.

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