Matriz RUT: Priorizando seu backlog e seu portfólio de projetos

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Um dos grandes desafios na gestão de times é saber qual é a próxima coisa que faremos. A matriz RUT pode nos auxiliar nisso. Vamos ver como ela funciona na priorização do backlog. 

Tenha em mente que sempre que mencionarmos a palavra objetivo neste artigo, entenda que pode ser um processo, produto, serviço, iniciativa ou estratégia da organização. 

Relevância

Avalia o impacto do item para o objetivo do time ou do negócio. Se você utiliza OKR, por exemplo. O quão relacionado aos seus OKRs está aquele item. Em outras palavras, qual o valor do item. 

Para auxiliar na avaliação, podemos utilizar a seguinte escala.

  1. Não é importante. Seria bom ter, mas ficaremos bem sem ela.
  2. Desejável, seria bom ter.
  3. Importante para o objetivo, porém há contingências.
  4. Muito importante, o objetivo fica desfalcado sem isso.
  5. É vital e não há objetivo sem este item.

Urgência

Determina o quão rápido algo precisa ser resolvido ou entregue. Avalia o tempo disponível e as possíveis consequências de atraso. Indica se há prazo crítico ou data limite e quais as consequências caso não sejam cumpridos.

Para auxiliar na avaliação, podemos utilizar a seguinte escala.

  1. Implementar agora não faz diferença. Dá para esperar.
  2. Não é bom para o objetivo mas precisa acontecer na próxima oportunidade.
  3. É importante implementar na próxima oportunidade.
  4. É urgente, teremos problemas se não estiver na próxima parada.
  5. O objetivo está / será paralisado até a implementação.

Tendência

Olhando da perspectiva do cliente, ela analisa como o problema ou necessidade pode evoluir com o tempo. 

Para auxiliar na avaliação, podemos utilizar a seguinte escala.

  1. A primeira impressão não é boa, mas o cliente se acostuma
  2. Pode ser problemático continuar sem isso no longo prazo
  3. Teremos problemas se não implementarmos em breve
  4. Quanto mais tempo passa, mais problemático fica.
  5. Piora a cada dia, é extremamente desgastante para o cliente.
Tabela com o título "ASPECTO / VALOR", apresentando três linhas principais: RELEVÂNCIA (R), URGÊNCIA (U) e TENDÊNCIA (T), cada uma com 5 colunas numeradas de 1 a 5. A tabela descreve o significado de cada valor de 1 a 5 para cada aspecto. Conteúdo da Tabela:RELEVÂNCIA (R): 1: Não é importante. Seria bom ter, mas ficaremos bem sem ela. 2: Desejável, seria bom ter. 3: Importante para o objetivo, porém há contingências. 4: Muito importante, o objetivo fica desfalcado sem isso. 5: É vital e não há objetivo sem este item. URGÊNCIA (U): 1: Implementar agora não faz diferença. Dá para esperar. 2: Não é bom para o objetivo, mas precisa acontecer na próxima oportunidade. 3: É importante implementar na próxima oportunidade. 4: É urgente, teremos problemas se não estiver na próxima parada. 5: O objetivo está / será paralisado até a implementação. TENDÊNCIA (T): 1: A primeira impressão não é boa, mas o cliente se acostuma. 2: Pode ser problemático continuar sem isso no longo prazo. 3: Teremos problemas se não implementarmos em breve. 4: Quanto mais tempo passa, mais problemático fica. 5: Piora a cada dia, é extremamente desgastante para o cliente. A tabela explica qualitativamente os níveis de cada critério usado na Matriz RUT.
Matriz RUT

Como funciona a RUT

Para cada item do seu backlog e para cada item da RUT, é dado um valor entre 1 e 5. Após o item dado, é feita a multiplicação de cada letra do RUT para chegarmos ao Business Value (BV) de cada item. Por fim, ordenamos os itens pelo BV, os maiores primeiro.

Tabela de Priorização de 1 Backlog utilizando RUT

Item Relevância (R) Urgência (U) Tendência (T) Business Value (BV) 
Pagamento com PIX

4

4 3

48

Simulação da contratação de seguro

3

3 5

45

Inclusão dos dependentes como beneficiários

3

2 2

12

Correção de português do FAQ

2

1 1

2

 

Vantagens da Matriz RUT

Foco Estratégico

Ao invés de considerar uma única dimensão, a RUT utiliza três aspectos importantíssimos da priorização. Além de colocar o foco no cliente ao invés de classificações técnicas internas.

Flexibilidade na Avaliação

As perguntas balizadoras podem ser adaptadas conforme a necessidade. Inclusive é possível reduzir a quantidade de itens de classificação de 5 para 3.

Simplicidade

É um modelo fácil para entender e aplicar. Você pode deixar os balizadores visíveis em uma tela ou em um documento e aplicar a avaliação com um time inteiro.

Priorização Alinhada ao Valor

A RUT está alinhada à entrega de valor. No geral, quando pensamos em priorização, a primeira coisa que nos vem à mente é urgência. Porém nem tudo que é urgente é mais valioso para o negócio ou cliente. Ela nos ajuda a olhar outras dimensões além dessa.

Análise de Tendência

Podemos analisar como o problema está aumentando ou a oportunidade vai desaparecendo. Coisas que têm tendência mais altas, podem se tornar um problema no curto prazo e ganhar um peso maior de urgência no futuro.

Versatilidade

A RUT pode ser utilizada para priorizar desde problemas operacionais quanto iniciativas, novas funcionalidades, portfólio de projetos, produtos e serviços. 

Desvantagens da Matriz RUT

Subjetividade

A avaliação de Relevância, Urgência e Tendência pode ser influenciada por opiniões pessoais, criando possíveis vieses na priorização.

Dependência de Alinhamento

Para funcionar bem, todos os envolvidos precisam ter clareza sobre os critérios de classificação e os itens que estão sendo discutidos para evitar divergências.

Contextos Emergenciais

Não é ideal para situações em que o foco é resolver problemas críticos com rapidez, já que a RUT foca mais em valor para o negócio do que em gravidade.

Conclusão

A RUT é uma mão na roda para quem precisa priorizar e não tem critérios estabelecidos. Utilize-a e veja como fica a sua priorização. Se precisar de mais ajuda sobre isso, entre em contato com a Nower – o serviço de consultorias da K21.

Avelino segurando um microfone e uma camiseta preta escrita Agile. Ele é pardo, barba e cabelos grisalhos.

Sobre o autor(a)

Trainer na K21

Avelino Ferreira é formado e mestre em Ciência da Computação. Teve uma longa trajetória na TI, começando como programador e chegando a gestor de diversos times de criação de produtos digitais. Conheceu e começou a adotar as melhores prática de de Métodos Ágeis em 2008. Desde então, se dedica a auxiliar outras empresas na construção da cultura ágil. Atualmente, é Consultor e Trainer na K21

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