Os principais insights do Product Summit 2022 para a sua carreira de produtos

Criado pela K21, o Product Summit é um evento com foco em estratégias de negócios digitais. Em 30 de junho de 2022, aconteceu a primeira edição no formato presencial, em São Paulo/SP. O evento contou com quase 300 participantes que se dedicaram durante todo o dia à evolução da sua carreira de produtos!

Palestras do Product Summit 2022

Para compartilhar suas experiências, cases e aprendizados, palestraram grandes nomes do mercado digital: Rafael Dahis (Instagram), Juliana Martins (Nubank), Rodrigo de Toledo (K21), André Golobovante (C&A), Vitor Uehara (Warren Brasil), Andressa Chiara (K21) e Raphael Dusi (DXA Invest).

Confira a seguir os principais pontos apresentados por estes profissionais referência na área.

Product Summit 2022 - evento para evoluir na carreira de produtos
Alguns palestrantes e organizadores do Product Summit 2022

Desconstruindo o Castelo de Mentiras, por Rodrigo de Toledo

Como keynote de abertura do evento, Rodrigo de Toledo, cofundador e trainer na K21, falou sobre o Castelo de Mentiras. Já apresentada por meio de consultorias, workshops e treinamentos em diversos países do mundo — como Brasil, França, Estados Unidos, Portugal, México e Áustria —, esta história foi criada em 2019 por ele e pelo Avelino Ferreira, também Trainer na K21. Ela conta sobre o problema do modelo projetizado e seus impactos.

Projeto versus Produto

Segundo o cofundador da K21, “projetos levam a cenários sólidos”, por prever uma entrega no final a partir de um planejamento com início, meio e fim. Em contrapartida, o “produto, é líquido, tem fluxo contínuo de valor”, ou seja, não demora para gerar resultados após uma longa jornada de desenvolvimento. Isso ajuda a manter o foco no que de fato está entregando valor, o que contribui para a maximização de resultados, redução de desperdícios, otimização do trabalho e da dedicação das pessoas.

No entanto, ele alerta para uma característica comum em empresas mais tradicionais que mais pode atrapalhar do que ajudar:

“O que temos visto são empresas com excesso de produtos, comum em empresas entre 5 e 10 anos. Bancos de varejo têm de 3 a 4 mil produtos.”

Rodrigo de Toledo

ALERTA SPOILER DO TREINAMENTO DE A-CSPO!

Sobre o ponto citado, ele trouxe pela primeira vez abertamente em uma palestra os problemas do excesso de produtos em uma organização, com base no conteúdo que apresenta no treinamento de A-CSPO (Advanced Certified Scrum Product Owner):

  1. impactos operacionais (retrabalho, burocracia técnica);
  2. impactos táticos (produtos zumbis, paralisia, baixo poder de decisão);
  3. impactos estratégicos (pisada de pé, ROI médio menor);
  4. impactos ao consumidor (experiência ruim, risco na identidade, time-to-market ruim).

Além de cuidar para que cada um desses impactos seja minimizado, e ainda garantir o desenvolvimento ágil do produto durante todo o seu ciclo de vida, Toledo chamou a atenção para a necessidade do empoderamento do Product Owner (PO) perante a organização:

“Um PO deveria ser o CEO do produto. Ninguém deveria mandar mais do que o PO.”

Rodrigo de Toledo

Como a área de produtos pode ajudar a derrubar o Castelo de Mentiras?

Após apresentar os problemas do modelo projetizado refletidos nos personagens da história do Castelo de Mentiras, Toledo trouxe nove práticas recomendadas para quem quer resolver os desequilíbrios na organização que são decorrentes da projetização. Dessas, destacou seis que a área do produto pode realizar para ajudar a se livrar do Castelo:

  1. foco no problema, e não na solução;
  2. lean startup ;
  3. limitação de WIP;
  4. acompanhamento por resultado;
  5. produtos mais que projetos;
  6. orçamento Ágil.

Quer conhecer mais dessa história?

Após ser distribuído gratuitamente no pré-lançamento durante o evento, o livro Castelo de Mentiras já está disponível para venda → 

Test and Learn em produtos não digitais, por André Golobovante

Em seguida do keynote de abertura, foi a vez do André Golobovante, Tribe Leader na C&A, apresentar o case de sucesso “Top de malha”. Segundo ele, a indústria da moda da companhia teve a menor interface de tecnologia ao longo dos anos. Perante este contexto, surgiu o desafio: como criar um fluxo mais constante de aprendizado e ouvir a cliente mais vezes e mais rápido?

De forma simplificada para não perder o foco no problema, eles se estruturaram para medir:

  • agilidade na captação de dados;
  • e o grau de interface da cliente.

De acordo com André, foram escolhidas para o time pessoas que tinham em seu perfil a disposição para mudanças e o “coração aberto para uma jornada legal pela frente”. Segundo ele, essas características foram fundamentais para o objetivo que buscavam: fazer experimentos e gerar aprendizados.

Ao final desta jornada, eles provaram que agilidade também é para produtos não digitais, e ainda descobriram uma maneira de aumentar a eficácia:

“Trazer a cliente para a tomada de decisão — para ela escolher qual produto quer ver na loja — gera engajamento.”

André Golobovante

Com este e outros aprendizados que tem desenvolvido ao longo dos últimos anos, a C&A revoluciona o mercado da moda e está hoje entre as indústrias de varejo que mais geraram inovação no consumo durante a pandemia.

A influência da economia atual na estratégia de produto, por Vitor Uehara

Vivemos um momento onde o cuidado com o dinheiro dos grandes investidores nas empresas tem sido muito mais crítico, impactando bastante algumas startups. Partindo desse contexto, Vitor Uehara, Group Product Manager na Warren Brasil, apresentou no Product Summit 2022 como a estratégia de produto da organização em que trabalha tem se adaptado às movimentações do mercado.

Ele compartilhou os pontos que entraram na equipe da Warren: 

  • entender a estratégia da empresa — como responder ao mercado e qual estratégia adotar;
  • ter um conhecimento básico sobre finanças e contabilidade — para entender e se colocar na situação;
  • fazer um diagnóstico da unidade de negócios para identificar a oportunidade — entender o momento em que o negócio está. “Hora de frear ou de acelerar?”;
  • provocar a estratégia atual e fazer um diagnóstico do público-alvo — entender se o perfil alvo do cliente mudou;
  • organizar o roadmap para entender se vamos entregar o resultado.

Sobre o último ponto, ele citou as 3 ferramentas que utilizam para auxiliar na entrega dos resultados:

  1. Unit economics: conseguir gerar um produto que tenha viabilidade financeira para um crescimento sustentável financeiramente;
  2. Alavanca de produto: Vitor alerta para neste momento não se preocupar com o roadmap, mas descobrir o que precisa ser ajustado;
  3. Árvore de oportunidade: depois de utilizar as ferramentas anteriores, pensar em o que vai começar a explorar para mexer naquele ponteiro descoberto.

Como encontrar a alavanca de produto?

Sobre a segunda ferramenta, Vitor sugere que uma forma de encontrá-la é a partir do que se definiu para a estratégia:

“Geralmente, com métricas estratégicas, não se colhe o resultado a curto prazo. Então, quais seriam os resultados que poderíamos entregar que seriam parte deste resultado macro? Onde podemos otimizar o produto, entendendo as métricas operacionais? O que podemos fazer dentro de cada uma para entender qual ponteiro mexer? Entenda a métrica estratégica e vá refinando com o time.”

Vitor Uehara

Estratégias de adoção de OKRs para gerar impactos de negócio, por Andressa Chiara

Por onde começar a usar OKRs? E qual o próximo passo? Essas são perguntas frequentes que a Andressa Chiara, Business Strategy Specialist & Partner na K21, ouve de empresas que querem alavancar resultados de negócio por meio deste framework. Nessa palestra durante o Product Summit 2022, ela apresentou as diferenças entre os tipos de OKR (estratégico, tático e operacional) e quais são as estratégias possíveis de adoção para quem está começando. 

E uma das dúvidas que permeiam a mente de quem está começando a utilizar OKRs é sobre a assertividade de imediato. Mas isso não é o mais importante, pois não há erros, apenas aprendizados. De acordo com a Andressa, experimentar deve fazer parte deste processo, com outros ganhos para o time:

“Eu não posso ser uma pessoa de produto que quer autonomia, mas que não quer testar hipóteses.” 

Andressa Chiara

Como também uma forma de garantir a autonomia, ela recomenda foco no objetivo ao criar um roadmap:

“O roadmap precisa ser focado nos problemas que eu quero resolver, e não nas soluções que eu quero dar. Se não, eu não tenho autonomia.”

Andressa Chiara

Durante a palestra, Andressa chamou a atenção para a necessidade de os produteiros estarem constantemente aprendendo e se atualizando no mercado. Ela recomendou o Product Essentials, o curso da K21 voltado tanto a quem está ingressando na área quanto a profissionais que desejam evoluir rapidamente na carreira de produto.

Utilizando elementos da cultura de produtos para intraempreender, por Juliana Martins

Cultura e produto devem andar de mãos dadas: esse foi o recado deixado pela Juliana Martins, Gerente de produtos sênior na Nubank. Ela acredita que o fomento à inovação em ambientes colaborativos deve caminhar lado a lado com o desejo individual de impactar a vida das pessoas. Durante sua palestra, ela propôs uma união de agendas que permitam o desenvolvimento e iteração de novas iniciativas como estratégia para suportar o intraempreendedorismo.

Mas, para a cultura de produto poder alavancar ações organizacionais e fomentar movimentos intencionais, ela deve conectar colaboradores e estratégia em prol de um bem comum. Para isso, Juliana considera fundamental priorizar o cuidado com o maior bem das organizações:

“É muito difícil você manter uma estratégia de produto quando você não cuida das pessoas, se você não propicia uma cultura em que as pessoas possam de fato colaborar. (…) A gente precisa se preocupar com o ritmo de trabalho porque se as pessoas não se sentirem saudáveis para executar a função delas, elas vão sair. Ou seja, isso irá prejudicar o negócio. Ao tratar de pessoas, a gente também está falando de dinheiro.”

Juliana Martins

Intraempreendedorismo

É comum chegar o momento em que o profissional pensa se vale a pena continuar desenvolvendo sua carreira em uma empresa ou empreender. Para Juliana, o intraempreendedorismo vem a ser um conciliador quando esses desejos se convergem, pois se trata de “gerar valor dentro da função na empresa em que está com o dinheiro que já tem na mesa”. 

Uma consequência do intraempreendedorismo observada ao redor do mundo é a possibilidade de levar inovação para a empresa. Durante sua palestra, a gerente de produtos sênior de uma das startups brasileiras referências em inovação apresentou alguns cases em que intraempreender levou os negócios a outro patamar. Foi o caso do Gmail do Google, do Play Station e até do botão curtir do Facebook. Eles nasceram porque as organizações conseguiram criar um ambiente propício para testar as ideias dos seus colaboradores. 

“A inovação é também como eu crio uma relação com meu produto.”

Juliana Martins

Fintech Mínima Viável, por Raphael Dusi

Em sua palestra no Product Summit 2022, Raphael Dusi, Head de Produto na DXA Invest, trouxe o case do MVP (produto mínimo viável) — construído por um time pequeno e com tecnologia no-code.

O principal objetivo de um MVP é validar ou invalidar o mais rápido possível uma hipótese de solução de um problema de negócio, mas com a mesma qualidade do produto final. Foi assim que a DXA deu início à transformação digital da DXA Invest, a primeira gestora de Private Equity e Venture Capital a se tornar fintech no Brasil. 

Segundo Rapahel, o objetivo estava claro desde o início: 

“A gente não queria ser somente uma forma de investir… Hoje, a gente está mudando a forma de investir para democratizar e levar pra todo o Brasil.”

Raphael Dusi

Hoje, a gestora digital já ultrapassa R$1 Bi sob gestão e possui em seu track record empresas, como Zee.Dog, Greenpeople, Nomoo, entre outras.

Roadmap da sua carreira de produtos, por Rafael Dahis

O encerramento do Product Summit 2022 ficou a cargo do Rafael Dahis, Head of Growth no Instagram. Ele compartilhou a sua jornada até se tornar uma liderança em uma das maiores empresas do mundo, e como alguns elementos da cultura do Vale ajudaram a alavancar a sua carreira de produtos. A primeira lição que ele trouxe é que o profissional não deve se fechar no trabalho em que está executando sem ter em vista o desenvolvimento da sua carreira:

“Você tem que fazer um bom trabalho, mas paralelo a isso não esquecer que você tem uma carreira que você está gerenciando.”

Rafael Dahis

Ele compartilhou também algumas dicas para o profissional descobrir o que gosta de fazer. Uma das formas é se perguntando:

  • O que você faz e não vê o tempo passar?
  • O que você, sem mais esforço, faz muito melhor?

Com relação à aplicação dos conhecimentos em produto na sua própria carreira, ele sugere criar um roadmap e revisitá-lo constantemente, melhorando e iterando assim como se faz em um roadmap de produto.

“O roadmap parece uma linha reta, mas é uma árvore de decisões. A cada momento, você tem que definir testes. Tipos de questões clássicas que vai aparecer na a carreira de vocês é: que tipo de empresa eu vou trabalhar? E que tipo de indústria?”

Rafael Dahis

E não só de planejar o futuro a partir das ambições deve ser construída uma carreira de produtos. Ele também recomenda a observação diária do que o profissional vive, tanto os pontos positivos quanto negativos.

“Ser menos prescritivo e mais exploratório tem funcionado muito bem em minhas pesquisas de produto e sobre mim mesmo, o que eu gosto de fazer. (…) O progresso vem de você sentir dor e do processo de refletir em como sair dessa dor. Se dedique a pensar no que esse processo está gerando para você gerar insights para o seu futuro.”

Rafael Dahis

Como pedir feedback para apoiar a carreira?

Ao finalizar, Rafael trouxe três perguntas que podem ajudar a quem quer evoluir na carreira de produtos. Elas podem ser utilizadas ao pedir um feedback direcionado para este objetivo:

  • “Como eu posso gerar mais impacto?”
  • “Como eu posso acelerar meu aprendizado?”
  • “Contar qual a minha visão e perguntar: como posso me aproximar da minha visão?”

Agora é a sua vez: prepare-se para sua posição na carreira de produtos

Se você não participou do Product Summit 2022, há outra oportunidade que a K21 preparou para o desenvolvimento da sua carreira de produtos. Nós observamos que recrutadores têm dificuldade de encontrar pessoas qualificadas para preencher os cargos de produtos. Para ajudar nesta qualificação tão demandada pelo mercado, desenvolvemos o Product Essentials.

Trata-se de uma jornada de aprendizado para quem quer entrar ou evoluir na carreira de produtos. Contém aulas gravadas, testes e desafios, além do aluno poder ter contato direto com os mentores que vivem o dia a dia do mercado de produtos, tirar dúvidas e trocar com uma comunidade viva, interessada em compartilhar e ajudar. Gostou? Então, temos um convite:

Sobre o autor(a)

Agile Expert e Trainer na K21

Apaixonado por inovação, com experiência em desenvolvimento de produtos digitais utilizando práticas de Design Thinking, Lean Startup e Desenvolvimento Ágil

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