Um pouco do que foi o evento com os Principais Insights do Product to Rescue em 9 de Julho 2024.
Foco no problema
Manter o foco no problema pode ser Old School mas ainda está em alta. Ficamos muito presos em problemas inexistentes ou fazendo “gestão de produtos porcaria”/David Pereira (Author of Untrapping Product Teams). Se deparar itens que mais nos atrapalham do que geram valor é inevitável, mas lidar com eles e criar valor é uma arte. Livre-se de distrações como maratonas de reuniões, backlog extenso, Reports, decisões por consenso absoluto, etc. dizendo mais “NÃO” e priorizando o que realmente é importante.
Papel do líder de produto
O Papel do produto teve muitas distorções ao longo dos anos e muitos acabaram sendo meros gestores de backlog focados em delivery. Ravi Mehta (Product coach, former TripAdvisor VP, Facebook Director, Tinder CPO) , propõe uma ferramenta para acompanhar as competências necessárias de acordo com a senioridade do papel, O que achei de extremamente importante é que conforme a senioridade do papel (GPM, PM senior, Director) às relevância das competências irão mudar.
- Construção do produto,
- Construção da estratégia,
- Arquitetura de produto
- e influenciar pessoas (liderança).
No link abaixo você consegue conferir em detalhes como aplicar> https://blog.ravi-mehta.com/p/product-competency-toolkit
Já para futuro do papel de Produto, Shreyas destacou a relevância da AI , não em relação ao uso e aprendizagem mas o impacto dessas tecnologias na composição dos times. Segundo ele, os times tendem a tornar menores porque a AI pode substituir algumas atividades como design, por exemplo. Dessa forma o papel de coordenação pode ser menos vital. Já as funções criativas permanecem fundamentais : Quais produtos vamos construir? Como construiremos criando um diferencial? Como venderemos causando um impacto no negócio?
Estar em Constante contato com o Cliente
A TLd, dv trouxe para gente um pouco do case de como alavancou o seu produto durante a pandemia de covid e conseguiu alcançar mais de 2M de clientes em meio à tanta incerteza. A fórmula deles até aqui:
- Experimentação constante em ciclos curtos de 6 semanas,
- Estabelecimento de 2 North star metric
- E interação quase semanal com os clientes para pedir feedback honesto sobre o produto ( o uso define o produto)
Criar essa relação de confiança com os usuários foi essencial principalmente os heavy users que deram feedbacks essenciais. Além disso, outro ponto que corroborou com o sucesso foi a escolha de por onde começar. Eles fizeram o fatiamento e começaram a atrelar o produto às reuniões no meeting do google pois tinha o maior público potencial e acabou sendo crucial tomar essa decisão de onde começar.
Times de Alta Performance
A Gabriela Rojas (Product Director @ Yara, ex Nubank) deu um show sobre a importância da confiança para estabelecimento de times de alta performance. Seguem Alguns desafios relevantes sobre o papel da liderança em criar times de produto
- Escolher às pessoas corretas para os times
- Estabelecer a estrutura de gerenciamento e às ferramentas mais adequadas
- Identificar e proporcionar às formas de trabalho corretas
- Criar confiança e um ambiente seguro
Recomendação de livro: The Thin Book of Trust. Além disso, destacou a importância de definir objetivos, apostas claras e entregar valor.
Nem tudo é discovery
Joca Torres ( Product coach, former Gympass CPO, author of 4 Product best-sellers) reforçou que para assuntos bem conhecidos como “incluir um botão de ação numa página”, itens regulatórios e features que são urgentes não invista tempo e dinheiro, construa teste, aplique e colha o feedback, invista em descobrir itens mais arriscados e desconhecidos. Quantas vezes vemos times em discoverys infinitos ou então paralisados porque ainda não “fizeram discovery” extremamente importante e simples não é mesmo?
Você quer realmente se tornar estratégico?
Essa aqui vai na linha de “verdades duras”. Uma das perguntas da audiência ressoou muito no grupo e trouxe muitas reflexões, posso me tornar mais estratégico?
A resposta foi simplesmente MARAVILHOSA
Primeiro avaliar: Em na sua organização o que os PMs mais bem sucedidos fazem? Como eles são? Quais são as atividades deles? Isso lhe dará mais ideias do que a sua organização valoriza.
Considere também a possibilidade de você no fundo gostar de fazer o trabalho operacional. Muitos PMs no mercado usam esse argumento do excesso de trabalho operacional como uma desculpa para acabar fazendo o trabalho que gostam de fazer! E isso é do ser humano. Usar a falta de tempo para justificar porque não estão fazendo esse tipo de trabalho pode ser uma forma de se proteger e continuar sendo vistos como inteligentes e mentir para si próprio sobre as suas reais intenções. Talvez você tenha medo de assumir esse papel estratégico, pois cargo de liderança te expõe mais e com isso você acaba ficando mais suscetível a julgamentos e com isso você tenha medo. Se esse for seu caso, reflita sobre o que é preciso, como isso vai ou não em direção às suas necessidades.
AI e Produto
Um dos principais insights que tive foi de usar a AI para entender ainda mais os comportamentos e feedbacks do cliente, através do uso dos dados qualitativos podemos fazer melhores análises e descobertas sobre seu comportamento. Ou seja, usar a AI para entender um pouco mais sobre nosso próprio funcionamento de forma lógica e não para criação da estrátégia do produto. Isso ainda deve ser direcionado para o papel dos lideres e gerentes de produto.
Além disso…
“Leve sempre em consideração a experiência de quem irá usar o produto. Para projetar experiências de usuário de IA, devemos desenvolver uma compreensão profunda de como ‘os humanos interagem uns com os outros”
Rupa Chatuverdi.
Forneça dados e contextos para IA e faça perguntas específicas a partir disso. Perguntas genéricas são perda de tempo e precisam de muita curadoria. Exemplo: Dado as minhas 5 personas existentes + dados, como elas reagiriam a essas possíveis features x,y e z?
Transformed
E por fim Marty Cagan nos trouxe uma perspectiva de como mudar de fato para um modelo de produto baseado em seu livro mais recente TRANSFORMED:
Às premissas para começar são:
- Resultados mais que Entregas
- Não é uma receita ou processo a ser seguido e não existe um modelo único
- É um modelo conceitual
- Conjunto de princípios baseado em empresas que acreditam e praticam
3 dimensões necessárias para mudança:
- Mude a forma com que você decide sobre quais problemas resolver (baseado na estratégia e tendo uma visão holística)
- Mude como você resolve problemas (empoderar o product team para criar soluções e participar do processo de discovery)
- Mude como você constrói (pequenas, frequentes releases desacopladas)
. Até a próxima