Flight Levels para inovação nos negócios: entrevista com Tiago Silva, CTO da Autodoc

Chief Technology Officer (CTO) na Autodoc, Tiago Silva, conta um pouco da sua trajetória profissional e evolução na carreira e transformação na empresa por meio da agilidade, e como o Flight Levels (FLSA) o motivou a trazer maior inovação nos negócios.

Tiago Silva, Chief Technology Officer (CTO) na Autodoc, sobre inovação nos negócios
Tiago Silva, Chief Technology Officer (CTO) na Autodoc (Fonte: Autodoc)

Acreditamos que, para evoluir negócios, precisamos primeiro evoluir pessoas. E isso fica evidente ao longo de toda a nossa trajetória, em que ajudamos líderes a promoverem a evolução das suas carreiras e do negócio nas empresas.

Uma das formas que conseguimos ajudá-los é através dos treinamentos abertos ou in company, que impulsionam nossos alunos a se tornarem protagonistas da transformação em organizações pelo mundo. É o caso do Tiago Silva, Chief Technology Officer (CTO) na Autodoc.


Em entrevista à K21, ele contou sobre sua carreira, desafios e como ele impulsionou a transformação e a inovação nos negócios da empresa — em que trabalha há 15 anos — utilizando o Flight Levels. Esse modelo, aliás, tem ajudado muitas organizações que estão cansadas de investir tempo e dinheiro em uma transformação, e não gerar resultados.

Confira a entrevista.

Ouça este artigo!

Como foi o início da sua carreira e o que te conduziu até onde você está hoje na Autodoc?

Tiago SilvaA minha carreira começou com a curiosidade que eu tinha de sempre tentar resolver problemas e eu comecei a ver que, por intermédio da tecnologia, seria possível a gente dar boas soluções de maneira inteligente, de maneira que a gente usasse o nosso intelecto para coisas que agregariam mais. Foquei muito na parte de hardware e depois comecei a olhar para webdesign, área em que fiz algumas especializações.

Eu cheguei aos meus 15 pra 16 anos aqui na Autodoc, que é onde eu tive a oportunidade de começar a entender esse mundo de desenvolvimento web. E depois a coisa foi começando a mudar de patamar. Na época, eram basicamente duas pessoas e, à medida que fomos crescendo como empresa, foi necessário ampliar a equipe. A complexidade do trabalho também começou a aumentar.

Então, eu usei da inteligência para tentar alinhar um conhecimento que eu já tinha com um potencial de crescimento e inovação nos negócios.

Pensei: como melhorar a gestão do nosso trabalho por intermédio das pessoas?

Eu usei a minha base técnica de conhecimento, mas comecei a agregar conhecimento de gestão também.

Ao longo dos anos, conforme as equipes começaram a crescer, outros problemas aconteceram e eu comecei a ter contato com assuntos que tangem a agilidade para apoiar a gestão do trabalho. E o meu desafio só foi aumentando. Passei a olhar para a estrutura dos times e buscar entender como eles estão estruturados, como eles podem performar de um jeito que agregue para o negócio e entender como as pessoas se encaixam no contexto para que também desenvolvam a liderança e possam contribuir assim como eu contribuí.

Para mim, a agilidade é um caminho para fazer uma gestão mais inteligente e contribuir com o crescimento das pessoas, além de trazer um olhar mais voltado para a inovação nos negócios.

Como aconteceu a transformação na empresa Autodoc com foco na inovação nos negócios?

Para mirar um crescimento em termos de empresa, nós nunca fomos da linha de aumentar o número de pessoas, simplesmente.

Para que a empresa consiga entregar mais resultados e crescer de uma forma adequada, entendemos que os nossos processos internos têm que estar muito bem orientados para isso.

Então, o nosso primeiro passo na época foi o Scrum. E, pelo fato de na época a gente ter o trabalho muito individualizado, ajudou bastante, porque nos deu disciplina, deu transparência, quebrou um pouco alguns paradigmas nossos com relação a como conduzir o trabalho. E, ao longo dos anos, dado o nosso grau de maturidade, ele já não estava tão adequado àquilo que a gente estava fazendo. 

A gente começou a olhar muito para métodos como o Kanban, gestão de fluxo, e entender como ele poderia contribuir para que a gente tivesse uma visão mais pragmática com relação a métricas e à entrega de serviços.

Com os princípios ágeis já conscientizados, precisamos de outras ferramentas para apoiar a entrega de outros tipos de resultado, e ter uma visão um pouco mais orientada para o que precisávamos em termos de inovação nos negócios.

Eu passei a olhar para como estão nossas filas e onde estão nossos bloqueios, isso a nível de time. Depois, começamos a crescer ainda mais em termos de maturidade, entender que todo o processo ao redor do desenvolvimento também teria que ser movimentado para que a gente atingisse a empresa como um todo, e não só para o setor de desenvolvimento.

Ao longo dos anos, fizemos ações de liderança para que todo este movimento acontecesse. E eu sempre falo ‘a gente não está numa versão final, e nunca vamos estar, estamos em constante mudança’, só que cada vez mais a gente faz isso com um embasamento melhor. 

A gente não está numa versão final, e nunca vamos estar, estamos em constante mudança

Então, o Flight Levels veio para melhorar este embasamento e trazer mais inovação nos negócios?

O Flight Levels veio como uma sequência natural de todas as transformações que já vinham acontecendo. À medida que a minha responsabilidade foi aumentando, a minha necessidade de olhar para o negócio de uma forma mais ampla foi crescendo também. E o Flight Levels trouxe essa visão, de todos os contextos da empresa, em questão de níveis, o que você precisa olhar para conduzir as demandas assim:

‘Eu tenho a minha estratégia, eu tenho as minhas iniciativas, e eu preciso espalhar toda esta estratégia até um olhar mais operacional. Então, como eu vou garantir que este conjunto de pessoas que estão contribuindo com a empresa estejam entendendo o que nossa estratégia precisa?’ Convidando essas pessoas para olhar para a estratégia, e quem olha entender o que acontece no fluxo operacional.

Não é só no sentido de colocar responsáveis por cada um dos níveis, mas sobrevoá-los e entender em cada momento o que você precisa mexer.

Para este movimento, nós convidamos pessoas que estavam focadas em olhar o que estava acontecendo de uma forma geral na empresa e como elas poderiam contribuir para que aquilo que a gente se propôs a entregar como provedor de serviço realmente acontecesse até o cliente final. E fomos entender onde estavam os problemas para que a gente pudesse atuar e fazer com que isso acontecesse de uma forma mais fluida.

E foi aí que identificamos que esse modelo de pensamento foi um grande vetor para começar uma nova onda de transformação interna. Não foi levantando a bandeira do Flight Levels em si, mas convidando as pessoas a pensarem dessa forma.

Além do Flight Levels, quais outros estudos foram importantes para o desenvolvimento da sua carreira?

Quando eu fui desafiado nessa linha de gestão e precisei entregar tecnologia atrelada ao negócio, comecei a procurar empresas que já estivessem em outro estágio com relação a como gerir o trabalho do conhecimento. Me identifiquei muito em como este conteúdo é passado pela K21 por pessoas que têm realmente um conhecimento e uma experiência de mercado. Além do Flight Levels, eu fiz com vocês os treinamentos de OKR, Fit for Purpose e Métricas Ágeis, que me ajudaram muito no entendimento de até conectar com o Flight Levels depois e entender quais são os níveis em que eu posso usar cada uma das métricas e como eu posso utilizar isso de uma forma  adequada.

Todo este conjunto tem me ajudado muito a entender este cenário para propor soluções de uma forma mais adequada. Então, são treinamentos realmente fora da curva. Eu indico bastante para as pessoas porque são muito diferentes de como a gente vê em outros tipos de curso. Para mim, como gestor, ele agregou muito e sempre agrega. Então, sempre que eu tenho a oportunidade de um assunto específico, de aprender com vocês, eu invisto porque realmente vale a pena.


A K21 agradece Tiago Silva pela disponibilidade para esta entrevista e por dividir com a gente sua história de carreira e seu case de sucesso com Flight Levels na jornada por trazer mais inovação nos negócios.

Compartilhe sua história!

Em nosso Blog, já contamos também o case de liderança de OKR do Adriano, da Veloe, como adaptamos os OKRs da K21 na pandemia, como as lideranças foram transformadas no RH da Alelo usando F4P e muitos outras casos em que ajudamos a transformar carreiras e organizações. Compartilhe você também! Você já fez alguma formação com a K21 e aplicou na empresa? Envie sua história e vamos conversar! Ou, se quiser, venha transformar a sua carreira e construir o seu case de sucesso. Conheça os nossos treinamentos!

Imagem padrão do perfil

Sobre o autor(a)

Função não encontrada

Artigos relacionados

Nas discussões e workshops sobre OKRs que fazemos nas empresas, um conceito sempre aparece: Estão faltando métricas de guard rail para equilibrar esses OKRs! As Métricas de saúde (ou Guard Rails) ajudam a liderança e as equipes a manterem um…

Avelino segurando um microfone e uma camiseta preta escrita Agile. Ele é pardo, barba e cabelos grisalhos.

O que é gargalo Quando falamos sobre Kanban um dos nossos principais objetivos é identificar onde está o gargalo do nosso fluxo. O gargalo é a etapa em que os itens permanecem por mais tempo. É fundamental resolver os gargalos…

Avelino segurando um microfone e uma camiseta preta escrita Agile. Ele é pardo, barba e cabelos grisalhos.

Seja em treinamentos, consultoria ou até mesmo com meus times de desenvolvimento. Uma coisa fácil de perceber é o desconforto causado quando comento sobre a necessidade de limitação de WIP. É algo que me causa estranheza. Por que as pessoas…

Avelino segurando um microfone e uma camiseta preta escrita Agile. Ele é pardo, barba e cabelos grisalhos.

No artigo anterior, comentamos sobre o que era o Kanban, qual problema ele resolve e os princípios que norteiam esse método de gestão de trabalho. Este artigo é um complemento ao primeiro e nele quero tratar as práticas que o…