Inovação na carreira: entrevista com Felipe Freitas, Global Supply Chain na Tesla

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Inovação na carreira está entre os principais objetivos de profissionais que buscam manter-se relevantes no mercado. Mas a motivação para essa busca pode ser diferente para cada pessoa. Para o nosso entrevistado, o alinhamento dos seus valores pessoais e profissionais o levaram a outro patamar.

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Conheça Felipe Freitas, que abandonou a estabilidade do serviço público, mesmo estando em um alto cargo de gerência da Petrobrás, para cursar a escola de negócios número 1 no mundo: Stanford GSB.

Felipe Freitas, Global Supply Chain na Tesla, conta como gerou inovação na sua carreira
Felipe Freitas – Foto do acervo da Stanford Business Graduate School

 

Origens

Felipe é paranaense, mas se “naturalizou” baiano por ter mudado muito cedo para Salvador. Quando jovem, foi surfista profissional. Ainda no fim da faculdade da faculdade de Administração, foi aprovado no concurso para a Petrobrás. Por gostar da área em que atuava, resolveu fazer Mestrado em Supply Chain. 

“Fiz um monte de programas, tudo que eu podia encontrar de conhecimento. Fiz um curso na INSEAD, na França, e o split em uma certificação aqui nos Estados Unidos.”

Ele atuou também na área da saúde, comandando um time de quase 1000 pessoas, 16 gerentes espalhados pelo Brasil, o que foi uma virada de chave para ele.

A virada de chave para a inovação na carreira

Com 35 anos, Felipe já estava como Gerente Geral. Ele conta:

“É uma idade baixa para o tamanho da função. […] Eu ficava me questionando se eu estava fazendo as escolhas certas, se eu estava conseguindo alinhar os meus valores, os meus princípios e a minha visão com aquilo que eu estava fazendo dentro da Petrobrás e na minha carreira como um todo.”

Decidiu então passar um tempo nos Estados Unidos, para dar um refresh e investir em inovação na carreira. Foi quando saiu da estatal.

Para “expandir as perspectivas”, ele começou a buscar coisas novas. Uma das formas que fez isso foi adicionando mais conhecimentos e se preparando para o salto que a sua carreira teria.

Ele conta que aprendeu muito com treinamentos da K21 que fez neste período. Além de cursar CSM, CSPO, ele fez o Management 3.0 que comentou ter sido importante para a sua mudança de mindset.

Devido à pandemia, Felipe postergou a ida para os Estados Unidos com a família por nove meses. Ele iniciou seu curso em Stanford em janeiro de 2021 e, em dezembro, finalizando o curso, foi chamado para trabalhar na Tesla.

A Startup referência mundial

“[A Tesla] me oferece fazer algo que eu tenho um conhecimento funcional e técnico bastante grande, mas dentro de uma cultura empresarial e de uma cultura de liderança completamente diferente do que eu vivi. Então, tem sido uma experiência interessante.”

Segundo ele, é como operar em larga escala. Contudo, é “uma startup com 8 fábricas, 4 fábricas de automóvel em 3 continentes e 70.000 pessoas, mas ainda assim sendo ágil, sendo rápido, e tomando decisões.”

Para Felipe, não tem nem como comparar com a cultura organizacional da Petrobrás. Ele conta que, devido ao DNA da Tesla ter sido formado a partir da revolução tecnológica, isso facilita a utilização de práticas contemporâneas e mostra uma abertura a mindsets inovadores.

“Pensando em agilidade, uma das coisas que me impressiona no modelo da Tesla, é a autonomia que os indivíduos têm para tomar a decisão. Você não precisa de ninguém subscrevendo o que você está fazendo para 90% das coisas que você faz.”

Propósito e aprendizado

Os valores pessoais de Felipe foram fundamentais para que ele sentisse a necessidade de mudança na carreira. 

“Eu conseguia enxergar que eu estava numa organização que servia a um propósito, que entregava o impacto de melhorar a vida das pessoas, que desenvolvia a economia das regiões onde ela atuava, que buscava, de certa forma, melhorar a vida das pessoas a partir do negócio que ela executava. E depois de um tempo eu não conseguia mais enxergar.”

A busca por seu propósito fez com que Felipe saísse da zona de conforto rumo à inovação na carreira.

Quando revisita os desafios pelos quais passou, Felipe percebe que encarar as mudanças, os projetos e os desafios como experimentações é mais importante do que o resultado.

“Uma das coisas que eu aprendi nos treinamentos K21 foi ativar o mindset de experimentação que eu não tinha. Encarar as coisas, não como uma meta a ser atingida: se der errado, tudo bem, corrige, ajusta, faz de novo.”

Futuro

Ao olhar para frente, Felipe afirma ter duas coisas muito claras que espera que se encontrem. A primeira é utilizar seu conhecimento para ter sucesso na Tesla. A segunda é ajudar startups a fazerem coisas legais e produzirem impacto.

“Mesmo com toda a luta para conseguir fazer as coisas que eu fiz e estou fazendo aqui, eu atingi uma posição de privilégio. Na minha opinião, isso me obriga a retribuir de alguma forma para as pessoas que talvez não tenham acesso às coisas que eu tive acesso. 

[…]

Acho que os próximos anos vão ser baseados em trabalhar para continuar fazendo as coisas que eu estou fazendo na Tesla e em qualquer outro lugar e ao mesmo tempo, dividir um pouco de dessa experiência, desse privilégio com pessoas ou organizações que também estão dedicadas a produzir impacto e a fazer as coisas melhorarem”.

Bate e Volta

Perguntamos o que o Felipe pensa sobre…

 

…colaboração?

Felipe: “A gente saiu da era de vantagem competitiva e entrou na era da vantagem colaborativa. Não existe vantagem competitiva sem colaboração. É simples como isso. Ninguém consegue fazer sozinho em escala, então se você não fizer com mais gente, esquece. Não, você não vai chegar a lugar nenhum.”

 

…feedback?

Felipe: “Tem um conceito muito legal aqui que chama Radical Candor, e tem um livro muito legal sobre isso. O feedback é na hora. No momento, sem sanduíche, sem sugar coding. Tem que ser na hora e aberto.”

 

…diversidade?

Felipe: “A melhor forma de gerar valor é com gente diferente de você. A matemática explica, se todo mundo se conformar com um modelo, o resultado é menos otimizado.”

 

5 livros úteis ao buscar inovação na carreira

Conheça algumas obras que foram inspiradoras para o Felipe.

 

Conclusão

A palavra final que o Felipe deixa para você, leitor, é: estratégia.

“Estratégia tem a ver com ter controle do seu destino. Tão antigo e tão novo, quando eu penso em política, negócios, vida, família, dinheiro, tudo é estratégia. Se você não for capaz de controlar o seu destino, você vira passageiro”.

E se você se inspirou no Felipe que alcançou inovação na carreira ao buscar o alinhamento entre seus valores pessoais e profissionais, convidamos a conhecer outras histórias que foram impactadas pela K21:

 

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Sobre o autor(a)

Cofundador e Trainer na K21

Carlos Felippe Cardoso é cofundador da K21 e tem experiência em métodos ágeis desde 2004. Palestrante nos maiores eventos de agilidade do Brasil e da Europa, é instrutor do treinamento de CSD (Certified Scrum Developer), pela Scrum Alliance, e também instrutor oficial de Kanban (AKT – Accredited Kanban Trainer), pela Kanban University. Como Executivo, possui vasta experiência em Transformação Digital e Liderança, atuando especialmente no C-Level de empresas.

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