Como equilibrar horizontes de curto, médio e longo prazo?

Este post não tem tags.

Compartilhe:

Meu amigo Paulo Caroli contou em seu Blog sobre o trabalho que a K21 realizou num grande cliente. O serviço foi inspirado na nomenclatura de horizontes da Mckinsey.

Horizontes de planejamento da Mckinsey:
H1: horizonte de curto prazo. É a dedicação à sua vaca leiteira atual.
H2: horizonte de médio prazo. As empresas tem que alocar uma parte do seu esforço para a próxima vaca leiteira.
H3: horizonte de longo prazo. Nesse horizonte, as empresas devem investir na descoberta de quais serão as suas novas fontes de renda. Dessa forma, elas estarão prontas para uma mudança de mercado.

O que percebemos na prática é que, além do problema de equilibrar a atenção entre esses horizontes, parte do esforço está também em um horizonte já passado. Isso acontece toda vez em que corrigimos bugs ou consertamos algo que já deveria estar pronto. Isso eu chamo de H0.

H0: Horizonte passado. Esforço dedicado a algo que já deveria estar pronto, como por exemplo: dívida técnica, correções, tarefa manual por falta de automação etc.

Em especial, o Paulo curtiu a nomenclatura que criamos na hora que correlacionamos com as classes de serviço do nosso cliente:
H0: DEVOLUÇÃO
H1: EVOLUÇÃO
H2: REVOLUÇÃO
H3: INOVAÇÃO

Horizontes

Por exemplo, nesse cliente foi alinhada a seguinte distribuição do esforço.

INOVAÇÃO: um time de 10 pessoas dedicado a isso
DEVOLUÇÃO + EVOLUÇÃO + REVOLUÇÃO: 50 pessoas (incluindo gestores) separadas em 4 times.
Entre esses 3 itens, usou-se a seguinte distribuição de esforço:
40% devolução
40% evolução
20% revolução

Há portanto 4 backlogs distintos. Em certas situações, de fato é mais vantajoso trabalhar com múltiplos backlogs. Em especial quando se trata de diferentes classes de serviço. Isso facilita na decisão de priorização, pois não precisamos comparar item a item quando são de naturezas distintas.

Vale observar a importância estratégica da discussão sobre a divisão de dedicação a cada uma dessas classes de serviço dentro da empresa. No exemplo citado acima, o CTO estava presente na tomada de decisão dos percentuais.

Finalmente, o controle do dia-a-dia da distribuição de capacidade é feito usando técnicas de Kanban. Além disso, usamos os Meddlers, ferramenta de Management 3.0, para decidir a alocação das pessoas em times.

Sobre o autor(a)

Consultor, Trainer e Cofundador da K21

Rodrigo de Toledo é co-fundador da K21, Certified Scrum Trainer (CST) pela Scrum Alliance, Kanban Coaching Professional (KCP) e Accredited Kanban Trainer (AKT) pela Kanban University, além de Licensed Management 3.0 Facilitator. Com Ph.D na França, possui diversos artigos internacionais e lecionou por doze anos na PUC-Rio e na UFRJ, duas das principais universidades da América do Sul.

No headers found for the table of contents.

Artigos relacionados

Um tema que aparece bastante vezes quando estamos apresentando nosso treinamento de Product AI é a questão ética sobre o uso de Inteligência Artificial (IA) em nossas vidas. Depois de pesquisarmos sobre o assunto, condensamos em cinco tópicos principais que…

– Bora falar de métricas? – Qual delas? – Como assim? – DORA, GEM, Métricas do Pirata, Fit for purpose, Métricas do Scrum / Kanban? – 😱 Você já se deparou com um mar de métricas e se perguntou quais…

Vira e mexe esbarramos com o problema de estar numa empresa e ouvir que é impossível não termos alguns KRs “tarefeiros”. Ou seja, algum tipo de medição que ao invés de falar do valor de fato a ser gerado, esteja…

Esta é uma ferramenta que auxilia no esclarecimento de expectativas, feedbacks e formação de acordos em qualquer relação de trabalho. Ela é diferente de, por exemplo, uma lista de requisitos do cargo porque ela foca menos nos comos e nas…