Coragem em 4 pontos: sem eles não há transformação

A coragem é uma qualidade muitas vezes subestimada quando se trata de Agilidade e transformação. Embora frequentemente associemos métodos ágeis a processos e ferramentas específicas, a verdadeira mudança começa com a coragem de desafiar o status quo. Neste artigo, exploraremos o papel crucial da coragem na Agilidade, destacando como a disposição de enfrentar a desconfortável zona de conforto e reconhecer nossos erros pode levar a um progresso real.

Coragem na transformação

Uma chita correndo para frente da câmera. Demonstrando coragem.

Para romper com as velhas formas de fazer as coisas e abraçar a Agilidade, é preciso coragem. É a coragem de questionar as práticas existentes, de desafiar as hierarquias e de abraçar o desconhecido. Muitas vezes, isso envolve confrontar as próprias limitações e admitir que o caminho anterior não era o mais eficaz. É um ato ousado, mas é assim que a verdadeira inovação ocorre.

Erro, logo aprendo

A coragem de errar é fundamental para o crescimento e a evolução. Como diz o ditado, “os aprendizados mais profundos vêm dos erros.” É importante aceitar que cometer erros é uma parte natural do processo de aprendizado e não uma falha. Em minha própria jornada, lembro-me de um workshop para executivos que saiu completamente dos trilhos devido a uma leitura enviesada. O aprendizado foi claro: sempre buscar múltiplas percepções antes de um workshop. Erros como esse são oportunidades para ajustar nosso curso e evoluir.

A Coragem Esquecida

É interessante notar que a coragem estava entre os valores originais do XP (eXtreme Programming), o primeiro método ágil amplamente reconhecido, mesmo antes do Scrum, que também tem coragem como um de seus valores. Ver Guia do Scrum, 2020, p.5 . No entanto, ao longo do tempo, essa ênfase na coragem parece ter se perdido no mundo da Agilidade, à medida que nos concentramos mais em processos e ferramentas. Relembrar a importância da coragem pode nos ajudar a trazer de volta a essência da Agilidade.

Compartilhando Experiências

As grandes empresas tentam e não acertam e aprendem o tempo todo. Veja a imagem abaixo dos testes A/B e percentual de falha, ideias que não permaneceram no produto final, para a Airbnb, Microsoft e Amazon. 

Falamos um pouco sobre Teste A/B no artigo: Como sobreviver ao fogo cruzado. Sendo bem resumido, é quando você apresenta duas versões do seu produto para dois ou mais grupos de clientes e avalia qual chega no resultado que você esperava.

A coragem dessas empresas. O texto em inglês: Not everything you ship is going to work. Que pode ser traduzido para: Não é tudo que você embarca (envia) funcionará. Abaixo dela o logo de cada empresa e o percentual de falha no teste A/B. Airbnb = 92%, Microsoft = 66% e Amazon = 50%. Fonte: Ronny Kohavi on Lenny 's Podcast.
Percentual de falhas em teste A/B da Airbnb, Microsoft e Amazon.

Agora, vamos compartilhar com vocês algumas experiências. 

Rodrigo de Toledo

Erro

Certa vez, fui entregar um Workshop para executivos que estava conhecendo pela primeira vez. Perguntei a um interlocutor a sua percepção sobre eles. Cheguei com uma leitura muito enviesada, longe da realidade, e o workshop saiu completamente dos trilhos. Não houve tempo para recolocá-lo, já que eram apenas 3 horas.

Aprendizado

Esse episódio me ensinou uma lição valiosa: sempre pegar mais de uma percepção sobre executivos antes de realizar um Workshop para eles. Afinal, esses workshops são muito curtos, e os pontos principais a serem abordados devem estar muito bem mapeados desde o início.

Avelino Ferreira

Erro

Depois de anos utilizando Test Driven Development (TDD) assumi que todos os desenvolvedores de software conheciam essa técnica. Pois bem, estava em um cliente que recebia muitas reclamações de seus clientes sobre a falta de qualidade do software. Eu olhava o servidor de integração deles que era parte fundamental para o TDD e estava tudo funcionando. Não fazia ideia onde poderia estar o problema. Até o momento que perguntei a alguns desenvolvedores como eles faziam o TDD. Para meu espanto voltou a seguinte pergunta: “O que é TDD?”.

Aprendizado

Nunca assuma que as pessoas sabem o que você acha que elas sabem. Faça perguntas, busque dados, valide. É necessário um balanço quando atuamos em outras empresas. Se formos muito básicos, eles acharão que estamos os tratando como bebês. Se formos muito avançados, eles não chegarão onde queremos que cheguem.

Conclusão

Em resumo, a coragem desempenha um papel fundamental na jornada ágil e na transformação organizacional. Ela nos impulsiona a enfrentar o desconhecido, a aprender com nossos erros e a manter vivos os valores fundamentais da Agilidade. Ao compartilhar nossas experiências e lições, podemos fortalecer nossa comunidade ágil e inspirar outros a abraçar a coragem em sua própria jornada. Portanto, não hesite em abraçar a coragem como seu aliado mais poderoso no mundo da Agilidade.

Quer contar a sua experiência? Dá uma olhada nesta thread do Linkedin.

Para saber mais sobre como fazer isso, dê uma olhada nos nossos treinamentos de Certified Scrum Product Owner® (CSPO) e Advanced Certified Scrum Product Owner® (A-CSPO).

Avelino segurando um microfone e uma camiseta preta escrita Agile. Ele é pardo, barba e cabelos grisalhos.

Sobre o autor(a)

Trainer na K21

Avelino Ferreira é formado e mestre em Ciência da Computação. Teve uma longa trajetória na TI, começando como programador e chegando a gestor de diversos times de criação de produtos digitais. Conheceu e começou a adotar as melhores prática de de Métodos Ágeis em 2008. Desde então, se dedica a auxiliar outras empresas na construção da cultura ágil. Atualmente, é Consultor e Trainer na K21

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