Apesar de estarmos no século XXI, ter uma liderança feminina em uma organização ainda é um problema para alguns. De acordo com dados de uma pesquisa realizada em 2019, três em cada 10 pessoas no Brasil ainda não se sentem confortáveis em ter uma mulher como chefe.
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Embora ainda haja esse preconceito, dados da Organização Internacional do Trabalho mostram que empresas que promovem a diversidade de gênero em cargos de liderança têm um crescimento de 5% a 20% nos lucros.
A questão não é apenas de oferecer mais oportunidades, mas sim acreditar que mulheres podem contribuir para modificar positivamente a cultura organizacional de uma empresa. Ao longo deste artigo abordaremos diversas questões de disparidades no mundo das organizações quando o assunto é igualdade de gênero.
Diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho
A luta das mulheres por mais igualdade no mercado de trabalho é antiga e a disparidade se torna mais gritante quando, no relatório do Fórum Econômico Mundial de 2020, especialistas concluem que a igualdade de gêneros só se dará em 2095.
A dificuldade para entrar no mercado de trabalho começa cedo. Em uma pesquisa publicada no Journal of Social Sciences, mulheres têm entrevistas de emprego mais difíceis. E, segundo relatório do LinkedIn, ao concorrerem para uma vaga, mulheres tendem a ser preteridas e deixadas de lado na busca por emprego.
5 dados comparativos sobre homens e mulheres no mercado de trabalho:
- Em 2020, a quantidade de mulheres empregadas no Brasil era de 67,1%. Em 1950, era de 80,8%;
- Mulheres receberam, em média, 77,7% do montante de salário recebido pelos homens;
- Esse valor cai para 44,4% para mulheres negras em comparação com homens brancos;
- Mulheres são mais sobrecarregadas: as que estão empregadas ainda dedicam 18,5 horas semanais aos afazeres domésticos. Já os homens que estão nessa mesma situação empregam 10,3 horas nos serviços de casa;
- Em 2018, as mulheres representavam 45% dos cargos de liderança, mas recebiam cerca de 28,66% a menos que os homens.
[Fontes: IBGE, Global Gender Gap Report, Agência Patrícia Galvão]
Para que uma mulher receba uma promoção, é preciso que ela comprove os seus resultados, mas ainda assim precisa “obedecer” a um estereótipo. Segundo uma pesquisa realizada com mais de 30 mil funcionários, as mulheres que negociavam promoções eram 30% mais propensas que os homens a serem rotuladas como intimidadoras, mandonas ou agressivas.
Porém, quando há liderança feminina, mais mulheres saem ganhando. Foi o que mostrou o Índice de Igualdade de Gênero (GEI) de 2020 da Bloomberg: organizações lideradas por mulheres contavam com mais delas em cargos de chefia, em relação às empresas lideradas por homens.
Outras estatísticas também mudam quando há liderança feminina:
- A probabilidade de uma mulher permanecer empregada após a licença-maternidade é de 82%;
- A disponibilidade de salas de amamentação no local de trabalho é de 69%;
- O custeio de programas de educação para mulheres é de 64%.
Liderança feminina: importância e desafios
A liderança feminina é essencial para um desenvolvimento social e econômico mundial adequado, principalmente a longo prazo. Atualmente, 15% dos cargos em conselhos de todo o mundo são ocupados por mulheres. Aumentar a Igualdade de Gênero é, inclusive, um dos 17 Objetivos Globais de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
“Sem uma participação ativa das mulheres na abordagem das questões ambientais, a igualdade de gênero não pode ser alcançada. Portanto, uma perspectiva de gênero precisa ser integrada em todos os ODS”, Women2030.
A meta do Brasil é reduzir a diferença de gênero em 25% até 2025.
Principais desafios para as mulheres nos ambientes corporativos
Apesar de estarmos avançando, mulheres no mundo inteiro precisam transpor barreiras para alcançar cargos de liderança, mesmo que tenham resultados mais favoráveis do que um homem.
Isso acontece por, principalmente:
- preconceito: muitas mulheres sofrem por causa da misoginia que está presente na nossa sociedade. Discriminações de gênero e raça e falta de credibilidade ainda estão presentes nas empresas;
- vida familiar: alguns gestores acreditam que mulheres em cargos de liderança não terão a flexibilidade e autonomia para lidar com os negócios devido sua vida pessoal e a cultura de que o cuidado familiar deve ser gerido pela mulher;
- assédio: 40% das mulheres já relataram xingamentos ou gritos em ambiente de trabalho.
Como desenvolver mais lideranças femininas no ambiente corporativo?
A busca por uma sociedade mais igualitária precisa passar pela cultura organizacional das empresas. Grandes empresas têm tomado atitudes para diminuir a disparidade de gênero através de ações como processos seletivos mais equilibrados até cuidados com os filhos dos colaboradores.
Algumas iniciativas tomadas por 30 empresas bem classificadas no ranking do Guia Exame de Mulheres na Liderança são:
- Criação de programas de mentorias;
- Adoção de uma política formal de compromisso com a equidade de gênero e diversidade;
- Inclusão de mulheres em processos de conscientização, além da criação de um canal de denúncia e combate à discriminação de gênero;
- Incentivo e apoio ao equilíbrio entre vida profissional e pessoal, flexibilizando a jornada de trabalho.
Desenvolver mais lideranças femininas é essencial para o futuro econômico e social mundial. Por isso, aqui na K21 prezamos pela formação de pessoas que estejam prontas para liderar a transformação. Afinal, o papel de um bom líder ou boa líder é mais do que gerir processos, mas sim alavancar pessoas, respeitando as suas individualidades.
Esperamos que este conteúdo tenha sido útil para despertar o interesse por essa mudança na cultura da sua organização. E se você está em busca dessa transformação no mundo corporativo, nós podemos ajudar!
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