Quando falamos em transformação ágil e transformação digital é frequente que as empresas formem times novos ou redefinam os existentes. Logo em seguida a esse movimento é comum que o questionamento “Será que somos um time?” recaia sobre um ou mais desses times. Neste artigo abordamos alguns porquês de um grupo de pessoas enfrentar esse questionamento e práticas que podem ajudar a melhorar isso.
Por que não sabemos se somos um time?
Estranho não é mesmo? Se vocês foram batizados de time, como assim não têm certeza se são mesmo um time?
Primeiramente, o que é um time? Eu gosto muito da definição dada pelo Rafael Sabbagh:
“Um time ou uma equipe é um grupo de pessoas que trabalham juntas e colaboram em busca de um objetivo comum”.
Simples e fácil certo? Sim se vocês estiverem juntos e souberem qual é o seu propósito, seu objetivo. Caso contrário, a coisa começa a complicar. Vamos falar um pouco então sobre trabalhar juntos e ter um objetivo comum.
Trabalhar Junto:
Não é simplesmente participar das mesmas reuniões.
Não é apenas estar fisicamente no mesmo lugar.
É colaborar na construção de um produto ou serviço.
É ter empatia pelo trabalho do outro e ajudar sempre que possível.
É “mais nós e menos eu e eles”.
É ter construir um ambiente de confiança e liberdade, que permita às pessoas interagir, trocar ideias, dar e receber feedback constantemente.
Objetivo do time:
Não é a frase bonita que o chefe falou.
Não é entregar as features X, Y e Z.
Não é atingir a meta toda da empresa.
Deve ser algo que todos vislumbram, entendem, vêem valor e se motivam.
Deve ser claro, simples, direto e compartilhado.
Pode vir como um direcionamento ou inspiração da gestão ou organização. Porém, é necessário que o time se identifique com ele.
Deve ser algo que todos estão buscando alcançar ao menos a médio prazo. Do qual é possível derivar objetivos menores a serem buscados em cada interação, as chamadas Sprints se estiverem usando Scrum.
Analisando como estão os dois pontos acima, vocês serão capazes de responder o questionamento “Será que somos um time?”. Caso a resposta seja negativa, não se desesperem, ao menos agora vocês sabem a resposta. Esse é o primeiro passo, agora vamos ver o que fazer para que um grupo de pessoas de fato se torne um time.
Como fazer para nos tornarmos um time?
Trabalhando com Scrum, para que essas pessoas se tornem um time, um papel fundamental é o do Scrum Master pois ele/ela é quem vai facilitar as reuniões e o trabalho no dia a dia. Também é quem vai remover os impedimentos que estão deixando os membros do time distante, fomentar a comunicação, o feedback e a interação entre os membros do time de desenvolvimento e deles com o P.O.
Tanto para trabalhar junto como para definir o objetivo, práticas de facilitação e team building são essenciais. Aqui vão algumas dicas de práticas para ajudar:
É/Não é, Faz/Não Faz
Uma das práticas que eu gosto muito é a “É/Não é, Faz/Não Faz” criada pelo Rafael Sabbagh, porque é simples e fácil e pode ser usada de várias formas. Já utilizamos, por exemplo, para definir os atributos e ações do time e também individualmente para cada membro. Esse último usamos recentemente em um dos nossos clientes para que as pessoas se conhecessem melhor. Elas estavam trabalhando no mesmo “time” há quase 1 mês e nem sabiam direito o que cada um fazia. Para isso a gente pediu que cada um fizesse o seu próprio “É/Não é, Faz/Não Faz”. Em seguida pedimos que cada pessoa apresentasse o que outro escreveu, dando prioridade para quem conhecesse menos. Uma adaptação que achamos interessante de fazer é incluir um “Ferramentas que usa/Ferramentas que não usa” quando estamos falando de indivíduos. Neste caso em que citamos foi muito útil que cada um soubesse a tecnologia e as ferramentas que os outros utilizavam.
One Word
Como Agile Coach uma prática que experimentei e achei muito útil para conhecer o time e promover empatia é a “One word”, que descobri no site do Paulo Caroli. Já utilizei em Sprint Retrospectives e Sprint Plannings de diversos times, pedindo a cada um do time que descrevesse em uma palavra o que sentiam em relação à última Sprint ou à próxima. O que acho mais interessante dessa prática é que ela fornece uma temperatura do time para quem está facilitando ao mesmo tempo fomenta a empatia entre as pessoas. Isso permite, por exemplo, que membros do time que estão em conflito comecem a entender melhor o outro lado. Eu costumo pedir que as pessoas não utilizem palavras compostas, isso faz com que elas pensem mais no que vão escrever e gera discussões mais ricas no momento de compartilharem o seu sentimento.
Tanque de Decantação
Para entender e alinhar o objetivo de um time é interessante também rodar o Tanque de Decantação, proposta do Danilo aqui da K21 que permite entender desde o propósito até definir a próxima feature ou história a ser desenvolvida.
Está passando por esse momento de questionamento? Experimente nossas dicas e conte para a gente o que achou, nós amamos feedback!
Quer saber mais sobre esse tema? Veja os links abaixo:
- Veja mais práticas no nosso treinamento de Certified Scrum Master (CSM)
- Outras técnicas importantes de facilitação no nosso treinamento e em diversos posts no nosso blog.
- Nosso blog tem diversos modelos de retrospectiva. Escolha um clicando neste link.
- Leia também muitas outras dicas no Livro Scrum do Rafael Sabbagh