No livro HR Disrupted, Lucy Adams traz a seguinte frase: “devemos começar a tratar nossos funcionários como adultos, consumidores e seres humanos.”
Mas afinal, o que significa tratar adultos como adultos?
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Existem várias dimensões acerca deste tema e para fazer esta reflexão, vou seguir em linha com o conceito da aprendizagem, que está absolutamente conectado com a agilidade e cuidado com as pessoas.
Estimular a autonomia, responsabilidade e aprendizagem são caminhos para a organização que quer que adultos ajam como adultos. Para isso, é preciso tratá-los como tal, ou seja, proporcionar um ambiente e condições para que possam fazer suas escolhas, principalmente acerca de seu desenvolvimento.
Como líderes, devemos criar condições para que a aprendizagem aconteça por meio de um ambiente de confiança e transparência entre as pessoas.
Se em uma equipe o que predomina são o medo e a punição sobre os erros cometidos, não estamos facilitando o caminho para a reflexão e os aprendizados sobre estes erros. Nem estamos criando um ambiente propício ao desenvolvimento de pessoas, com confiança necessária para que essas pessoas se permitam experimentar, aprender, errar, reaprender e assim por diante.
Nossa aprendizagem é ativa e dinâmica!
Ninguém aprende algo se assim não quiser, sem dedicar atenção, interesse, vontade e sentimento. A forma como fomos educados, na educação tradicional, onde nos colocaram num lugar para absorver conteúdo de forma passiva, nos fez acreditar que somos ensinados.
Porém, nosso corpo e cérebro precisam se mobilizar para que a gente consiga acessar o conhecimento e refletir para agir. E essa mobilização interfere no processo de retenção de informação, porque é necessária motivação para aprender.
Ser humano adulto só muda se reconhecer o benefício.
A importância da aprendizagem ativa
Nossa crença de que precisamos ser ensinados, ou até mesmo comandados, está associada à infantilização. Fomos ensinados numa educação tradicional, que não respeita sequer nossas necessidades fisiológicas.
Passamos por anos recebendo somente conteúdos prontos, para depois entrarmos num processo de repetição porque aprendemos que este é o “certo”.
O ideal é criar condições para que a aprendizagem aconteça pelas próprias escolhas e interesses, sem estimular competição, individualismo, medo ou atritos sem razão de ser. “Pesar menos a mão” em situações que devem prevalecer o equilíbrio, inteligência emocional e harmonia.
Cuidar de pessoas sob o olhar de construção de relações mais saudáveis e empáticas, com comunicação simples, direta e honesta.
Antes de ensinar, é preciso ter consciência da própria ignorância e reconhecer que não sabemos tudo. Precisamos envolver as pessoas no processo, sair do modelo de comando e controle ineficaz e passar a assumir uma postura de empatia, com estratégias de desenvolvimento de pessoas simples e claras.
Deixar que as pessoas façam as escolhas sobre suas jornadas de aprendizagem é o primeiro passo para tratar adultos como adultos. A seguir, confira nossa lista com 8 passos que auxiliam nesse processo de emancipação do indivíduo enquanto adulto:
1. Aprender com os erros
2. Enfrentar os próprios problemas, sem vitimismo
3. Nutrir consciência sobre suas escolhas e suas consequências
4. Compreender e respeitar como cada um prefere aprender
5. Adquirir segurança para investir em iniciativas que não dependam da vontade de outrem
6. Estabelecer objetivos claros e trabalhar para alcançá-los
7. Informar-se antes de opinar
8. Sair de sua zona de conforto, sempre!
Sim, precisamos criar uma cultura e um ambiente que favoreçam a aprendizagem e a ação madura das pessoas.
Precisamos tratar adultos como adultos. Incentivar a autonomia e deixar que profissionais tomem decisões sem microgerenciamento e controles desnecessários.
Acreditar no potencial do outro e valorizar as conquistas é um caminho saudável para ajudarmos a aflorar a melhor versão da outra pessoa.