Em geral, é bem difícil de se mapear a fronteira entre o que é ágil ou não. Deixar essa fronteira nítida é importante para responder diferentes perguntas: – Quanto uma organização avançou na agilidade? – Quais são os pontos a serem melhorados num time? – Quais são os próximos conhecimentos que um indivíduo deve adquirir sobre os métodos ágeis? Tentamos resolver este problema, criamos o que chamamos de os 4 domínios do conhecimento para a agilidade, ou simplesmente, “quatro domínios da agilidade”.

 

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Os 4 Domínios do Conhecimento da Agilidade

Nos últimos anos, a agilidade tem se mostrado muito mais do que um modelo para times trabalhando em projetos de software.

Os métodos ágeis podem influenciar desde a maneira como um código de desenvolvimento é feito até toda a forma como uma empresa funciona. Existem cada vez mais exemplos de aplicação desses métodos se expandindo em toda a cadeia produtiva ou até mesmo em empresas fora da área de TI.

Neste artigo propomos um mapa dos domínios da agilidade, de forma a categorizar o conhecimento em torno desse tema. A Figura apresenta os 4 domínios da agilidade: Negócio, Cultural, Organizacional e Técnico.

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No domínio de Negócio se encontram os assuntos ligados aos produtos e objetivos da empresa: cálculos de ROI (Return On Investment) do produto e suas próximas funcionalidades, priorização, planejamento das próximas releases e eventualmente contratos no contexto ágil. Nesse domínio está a maior parte do conhecimento que o Product Onwer deve ter.

No domínio Cultural, o foco está nas relações humanas. Nesse domínio se encontram dois assuntos extremamente importantes para a agilidade: a quebra de paradigmas e a melhoria contínua. Além desses pontos, podemos destacar a auto-organização e a motivação dos indivíduos e times.

O domínio Organizacional é mais ligado a forma de trabalho do time: quais métodos o time usa, como é o ciclo de desenvolvimento, o processo iterativo e a distribuição das pessoas nos times.

No domínio Técnico há uma atenção para a forma como o trabalho é feito pelo time. A automação é um conhecimento fundamental nesse domínio, pois se reflete nos demais assuntos técnicos: qualidade, padrões, ferramentas etc… Na área de TI, as boas práticas de engenharia de software trazidas pelo XP estão no domínio técnico.

Como usar os quatro domínios da agilidade?

Estruturar o conhecimento da Agilidade nesses quatro domínios tem várias utilidades, por exemplo:

  • Uma pessoa que está aprendendo sobre métodos ágeis, ou alguém que queira se aprofundar no seu estudo, pode usá-lo como guia de quais são os próximos passos. Esse foi o tema de um post anterior que escrevemos aqui.
  • Ele pode ser usado para mapear a atuação de um time ou organização. No mercado chamamos isso de assessment, que é uma avaliação comparado com o estado da arte em cada domínio.

Assessment

Na figura abaixo temos dois exemplos de assessment aplicados em empresas diferentes para mapear o nível de agilidade de cada uma. A primeira observação que podemos fazer é que enquanto numa das empresas há necessidade de um cuidado maior no domínio de organizacional, na outra deve-se ter atenção ao domínio negócio.

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Uma diferença importante dessa maneira de fazer assessment está na flexibilidade dos itens a serem levantados. Repare que não é obrigatório avaliar todos os itens de cada domínio, ou seja, dependendo do time ou empresa, diferentes assuntos podem ser avaliados. Para cada assunto levantamos os pontos positivos assim como os pontos de atenção para que haja uma discussão mais aprofundada. Esse gráfico pode ser atualizado de tempos em tempos e a diferença entre as versões mostrará o avanço (ou retrocesso) do time em cada um dos domínios.

Nós da K21 aplicamos assessments dessa forma, tanto em novos clientes como em clientes que já adotam os Métodos Ágeis e querem mapear novos passos.

Sobre o autor(a)

Consultor, Trainer e Cofundador da K21

Rodrigo de Toledo é co-fundador da K21, Certified Scrum Trainer (CST) pela Scrum Alliance, Kanban Coaching Professional (KCP) e Accredited Kanban Trainer (AKT) pela Kanban University, além de Licensed Management 3.0 Facilitator. Com Ph.D na França, possui diversos artigos internacionais e lecionou por doze anos na PUC-Rio e na UFRJ, duas das principais universidades da América do Sul.

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