Dinâmica do Círculo de Responsabilidades

Avelino segurando um microfone e uma camiseta preta escrita Agile. Ele é pardo, barba e cabelos grisalhos.

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Agile CoachScrum Master, Delivery Manager, Product Manager, Product Owner, Gerente… Em uma empresa, temos diversas pessoas executando diferentes papéis.

E é comum encontrarmos grande confusão com as responsabilidades que cada papel deveria assumir. Assim, acabam aparecendo duas situações ruins: “deixa que eu deixo” e “todo mundo na mesma bola”.

Para ajudar a resolver esses conflitos de responsabilidades, podemos fazer a dinâmica do Círculo de Responsabilidades. Mas, primeiro, vamos entender como acontece cada uma das situações.

Deixa que eu deixo (responsabilidade abandonada)

As expressões são trazidas do Volleyball. “Deixa que eu deixo” é a situação em que uma bola fácil cai no chão entre os jogadores porque um ficou esperando o outro pegar a bola.

Nas empresas, essa situação acontece quando há a necessidade de que algo seja feito, porém ninguém é o responsável por executá-lo. Portanto, acaba que ninguém assume a responsabilidade.

 

Todo mundo na mesma bola (conflito de responsabilidades)

O efeito oposto ao “deixa que eu deixo” é quando todos os jogadores tentam pegar a mesma bola e a situação fica confusa. Por vezes, a bola acaba caindo no chão.

No mundo corporativo, é quando uma determinada responsabilidade não está clara e mais de uma pessoa a faz, resultando em informações assíncronas.

Normalmente, é quando surge o comentário:

“Ué, mas você fez tal coisa? Não era para eu fazer?”

Ou…

“Por que você fez isso? Isso é responsabilidade minha.”

Dinâmica do Círculo de Responsabilidades

Para cada papel com conflito ou com responsabilidade não assumida, desenhe um círculo de responsabilidades.

Para este exemplo, vamos assumir que há conflito entre os papéis de Delivery Manager, Product Owner e Gestor.

Um ponto importante para essa dinâmica é que as pessoas que desempenham os papéis que estão em conflito estejam na sala. Isso trará consciência ao problema que está sendo tratado.

Círculo da Responsabilidade 1

Na primeira etapa do desenho do círculo de responsabilidades, iremos tratar o problema de “Todo mundo na mesma bola”.

Para isso, é necessário que você, o condutor da dinâmica, siga as etapas a seguir.

1. Distribua post-its para o seu time (ou pessoas envolvidas no conflito)

2. Peça para que elas descrevam quais as responsabilidades de um dos papéis (por exemplo, Delivery Manager)

3. Depois, peça para escreverem as responsabilidades do outro papel (por exemplo, Product Owner)

Círculo da Responsabilidade 2

4. Agora, vamos para o próximo e último papel

Enquanto as pessoas vão escrevendo o último papel, aproveite para ler os dois primeiros e juntar as intercessões (a mesma responsabilidade executada por dois papéis).

Círculo da Responsabilidade 3

5. Logo após, peça para as pessoas escreverem as responsabilidades que deveriam ser de um dos papéis, porém não está sendo executado por ninguém (“deixa que eu deixo”)

Enquanto o time faz isso, aproveite para verificar as outras intercessões.

Círculo da Responsabilidade 4
Círculo da Responsabilidade 5

 

Quadro com as responsabilidades abandonadas (“sem dono”)

Repare que os pontos de atenção são todos os post-its que estão na intercessão (conflito) e todos que estão abandonados.

Círculo da Responsabilidade 6

As áreas de conflito (vermelha) podem ter diversas origens, como:

A área de abandono (azul) também tem suas possíveis origens:

6. Podemos agora traçar em conjunto de ações para poder colocar dentro do papel uma determinada responsabilidade e tirar outras das áreas de intercessão

Círculo da Responsabilidade 7

 

Movimentações desejadas

Conclusão

E aí, você acha que o círculo de responsabilidades pode te ajudar? Então, comece a executá-lo com seu time e deixe o seu comentário aqui para discutirmos os resultados. 😉

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Avelino segurando um microfone e uma camiseta preta escrita Agile. Ele é pardo, barba e cabelos grisalhos.

Sobre o autor(a)

Trainer na K21

Avelino Ferreira é formado e mestre em Ciência da Computação. Teve uma longa trajetória na TI, começando como programador e chegando a gestor de diversos times de criação de produtos digitais. Conheceu e começou a adotar as melhores prática de de Métodos Ágeis em 2008. Desde então, se dedica a auxiliar outras empresas na construção da cultura ágil. Atualmente, é Consultor e Trainer na K21

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