Ágil está morto! The Walking Dead da agilidade

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De tempos em tempos, pula no meu feed de notícias uma manchete bombástica no estilo: X está morto! Veja aqui minha novidade salvadora. Várias coisas já foram assassinadas: ÁgileXtreme Programming (XP)ScrumTest Driven Development (TDD)Design Thinking até o Manifesto Ágil já foi morto algumas vezes.

A maioria das vezes esse tipo de título é um click bait (isca de cliques). Chama a sua atenção, você fica curioso, clica e com isso você ajuda o SEO (Search Engine Optimizer) da pessoa e a torna mais conhecida. Em tempos de mídia social: “falem bem ou falem mal, mas falem de mim”.

Neste texto, falaremos um sobre o The Walking Dead da agilidade. Métodos, frameworks, práticas e valores que muitos dizem que já morreram, mas continuam andando por aí.

Personagens principais de Walking Dead (Norman Reedus - Daryl Dixon, Andrew Lincoln - Rick Grimes e Danai Gurira - Michonne). Todos em posição de combate.The Walking Dead. Série de terror / suspense sobre Zumbis produzida pela AMC (2010 – Presente)

Rei morto, rei posto.

Esse tipo de “novidades” seguem alguns padrões: título chamativo, descrição longa e detalhada de como a pessoa fracassou com o “defunto” e a solução inovadora que ela criou e será a próxima hype do desenvolvimento de produtos e serviços.

Pesquisando no Google pelos “defuntos”, temos alguns resultados interessantes:

Ou seja, está todo mundo morto, mas não se preocupem. Só para o Manifesto Ágil, temos mais de 100 novos deles para nos salvar.

A novidade salvadora não vai muito longe por diversos motivos.

  • não é inovadora. É só uma forma um pouco diferente de fazer o que já era feito;
  • é um modelo teórico, nunca validado;
  • as pessoas perdem o interesse no meio da leitura;
  • falta de detalhamento para que seja aplicada em outros contextos;
  • muito específico;
  • marketing falho;
  • falta de empatia com o leitor e os problemas que ele já passou.

Entre muitos outros. O que eu particularmente gosto mais é o Complexo do Vovô Simpson: a pessoa reclama, reclama, reclama, grita aos quatro ventos quão ruim é a ideia original, mas não oferece nenhuma solução.

Uma imagem do jornal cortado na qual o vovô Simpson aparece gritando para nuvens no céu.
Recorte de jornal com a mensagem “Velho grita com nuvens” (Os Simpsons, episódio 13, 202).

Eu vejo gente morta!

O fato é que você continua vendo e ouvindo sobre os “mortos” e não é por acaso. Eles foram criados por pessoas que, verdadeiramente, querem melhorar a forma de trabalho que temos e não ganhar likes em redes sociais. Como exemplo, vejamos o preâmbulo do Manifesto Ágil:

“Estamos descobrindo maneiras melhores de desenvolver software, fazendo-o nós mesmos e ajudando outros a fazerem o mesmo.”
(Agile Manifesto, 2001)

Ele não dá um tiro nos modelos tradicionais. Ele sequer os menciona.

Os modelos já aplicados, adaptados, experimentados e validados, quando bem utilizados, dão ótimos resultados.

Menino deitado com o dizer: Eu vejo gente morta...
Famosa cena do filme o Sexto Sentido (1999).

Não há uma bala de prata

Entretanto, isso não significa que os modelos que citei no início do texto sirvam para todos os contextos possíveis e imagináveis. Como dito por Fred Brooks, não há balas de prata. Outro ponto importante é que você terá que saber adaptar os modelos ao seu contexto específico. Não adianta pegar a forma como o Ágil foi aplicado pela Spotify, por exemplo, e aplicar na sua empresa. Não vai funcionar.

Não é para evitar a melhoria contínua

Quem lida com times e aperfeiçoamento de organizações deve ser capaz de ler os cenários em que está inserido e descobrir de forma prática e iterativa quais os modelos que melhor aplicam àquele contexto.

Adaptação é fundamental e divulgar resultados e fórmulas que você utilizou é um meio de colaboração e sempre bem-vindo.

Sem ficar preocupado com a caça aos likes, quem sabe você não cria o próximo método de trabalho inovador?

Quer conhecer sobre os métodos que menciono acima, veja os nossos treinamentos de:

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Avelino segurando um microfone e uma camiseta preta escrita Agile. Ele é pardo, barba e cabelos grisalhos.

Sobre o autor(a)

Trainer na K21

Avelino Ferreira é formado e mestre em Ciência da Computação. Teve uma longa trajetória na TI, começando como programador e chegando a gestor de diversos times de criação de produtos digitais. Conheceu e começou a adotar as melhores prática de de Métodos Ágeis em 2008. Desde então, se dedica a auxiliar outras empresas na construção da cultura ágil. Atualmente, é Consultor e Trainer na K21

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