Espiral Positiva de Times de Alta Performance

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Empresas ditas modernas contam com um RH super atuante e profissional, com Planos de Desenvolvimento Individuais (PDIs) extremamente bem feitos, as estratégias de sucessão bem desenhadas e avaliações anuais cheias de bossa. Mas, estas políticas e restrições, engessam o sistema e no fim das contas seu RH é pouco eficiente.

Experimente escutar o artigo Espiral Positiva de Times de Alta Performance!

O Manifesto Ágil traz como um de seus princípios o foco nos indivíduos e suas interações, ou seja, devemos olhar além do indivíduo, contemplando o ambiente e as demais pessoas que o influenciam, ajudam e constroem produtos com ele. Por isso, focar em times autogerenciáveis e automotivados ao invés de em indivíduos exclusivamente passa a ser o primeiro passo para alcançar a cultura de gestão de times de alta performance.

Não importa o quão brilhante é a sua mente ou estratégia, se você está jogando sozinho, você irá sempre perder para uma equipe
(Reid Hoffman, cofundador do LinkedIn)

Para melhor entender e explicar o foco que o RH deve ter ao buscar times eficazes e eficientes, elaboramos o Espiral de Times de Alta Performance. Pois bem, o primeiro passo para conseguir times com essas características passa justamente pela quebra de alguns paradigmas dentro do próprio RH. Devemos trocar o foco no indivíduo para foco no time. Mas isso veremos mais para frente em um novo post sobre RH Ágil.

Espiral Positiva de Times de Alta Performance: Entregas constantes de valor com ciclos curtos, maior foco e priorização, liderança mais próxima do time, time fica mais motivado e toma decisões melhores, senso de dono, busca de melhoria contínua, aumento de confiança em si mesmo, no time e na liderança, maior colaboração e evolução de time, menor rotatividade e retenção de conhecimento, maior produtividade e felicidade
Espiral Positiva de Times de Alta Performance

Entregas constantes de valor com ciclos curtos

Ágil é uma cultura voltada a entregas constantes de maior valor em ciclos curtos a partir do trabalho colaborativo. Logo, o primeiro passo é o time se organizar para começar a entregar constantemente.

Cometemos o erro de planejar tudo para nos certificarmos de ter o projeto perfeito, com cada detalhe exaustivamente planejado. Imaginamos o ideal, fazemos toda especificação, todos os desenhos que teoricamente mitigariam os riscos e depois de um ano, entregamos algo que, por motivos diversos (política, economia, cultura, concorrência) perdeu relevância, importância e até mesmo valor. Por isso devemos fatiar o problema que estamos tentando resolver e entregar essas fatias em ciclos curtos e frequentes, criando assim uma cadência para a entrega de valor.

Maior foco e priorização das entregas (R.O.I.)

Culturalmente estamos presos a tarefas diárias. Sempre temos muita coisa para fazer e provavelmente estamos tão ocupados que não há tempo, pessoas ou recursos disponíveis. A demanda sempre superará a nossa capacidade de entrega. Para isso devemos sempre priorizar nossa lista de tarefas em função do valor de negócio. “Toda lista com dois ou mais itens precisa ser priorizada”. Eventualmente se surgir uma nova ideia ou necessidade nesta lista, pergunte se é fundamental para o sucesso do projeto. Caso a resposta seja não, simplesmente descarte.

Liderança mais próxima do time

Com entregas constantes em ciclos curtos e priorizadas em função do valor, o líder (Coordenador, Gerente, Diretor, VP etc.) poderá, em ciclos curtos e regulares, apresentar os sucessivos incrementos do produto e receber feedback dos clientes, usuários, líderes etc. Assim, ele certamente estará mais próximo do time. Para a empresa, entregar algo verdadeiramente tangível é muito mais relevante do que apresentar uma evolução, geralmente pouco verdadeira, de um projeto dizendo o percentual de conclusão e a possibilidade dele acabar ou não no prazo.

É extremamente importante não confundir essa proximidade com a microgerência do time. Na verdade, essa proximidade se dá por ciclos curtos também de feedback, uma vez que o time além de fazer entregas frequentes de valor, também faz a melhoria contínua tanto sobre o produto quanto sobre o processo de trabalho.

Time mais motivado toma as melhores decisões

O time que entrega continuamente o que tem maior valor, com líder próximo fazendo papel de facilitador, entendendo o valor do seu trabalho e da sua colaboração para a estratégia da empresa, tem tesão por aquilo que faz. Sua motivação, energia e propósito o empodera e torna suas decisões mais assertivas.

Senso de dono

Automaticamente este time se imbui de um espírito e energia tão bacanas que passam a se comportar como donos da empresa. Empoderando-se e consequentemente atuando como se donos da empresa fossem. Isso traz aos times a autonomia com responsabilidade. Este sentimento substituirá a reação automática de rejeitar ideias pelo foco na melhoria contínua.

Intensa Busca pela melhoria contínua

Existe um problema em times que alcançam o sucesso, que é, cair de rendimento. Isso acontece por que o time se acomoda e para de evoluir. Times ágeis devem ser o contrário, nunca estão satisfeitos e sempre vão atrás de melhorar, em qualquer momento. Os times devem fazer a melhoria contínua a todo momento.

Aumento da confiança em si mesmo, no time e liderança

Equipes de alta performance alcançam maiores níveis de criatividade, inovação e comprometimento, aprendendo a estabelecer relacionamentos baseados na confiança entre seus membros e liderança. Quando isso não ocorre, geralmente, as pessoas têm a tendência de reter as suas ideias e consequentemente matamos a tão falada e desejada pró-atividade.

Relações com alto grau de confiança, geram colaboração, comprometimento e interações espontâneas necessárias para alcançar a excelência. Quando os membros da equipe não têm relacionamento forte entre si, eles não desenvolvem níveis de confiança profundos e não assumem, de verdade, o risco necessário para acelerar a performance no dia a dia.

Aumento da vontade de aprender

Quando o espiral começa a girar positivamente, não só o time, mas também o indivíduo, desperta uma sede incrível pela busca do conhecimento. Estamos falando do que faz realmente você feliz, aumentando sua vontade de aprender e de enfrentar novos desafios.

E uma das formas para isso acontecer naturalmente ocorre através da cultura de feedbacks horizontais, onde os próprios membros do time são responsáveis por conversarem entre si, contribuindo mutuamente para sua melhoria contínua como pessoas e profissionais. Entre os principais benefícios dessa prática.

  • aumento da empatia, compaixão e respeito entre os integrantes do time, gerando maior proximidade entre as pessoas;
  • melhoria na comunicação, evitando ruídos já que não há compilações e repasses;
  • são mais realistas por serem fornecidas diretamente pelos próprios companheiros de trabalho;
  • ajuda na retenção de pessoas na empresa, diminuindo o turnover

Afinal estamos na era do conhecimento!

Menor rotatividade e consequente retenção do conhecimento

E a espiral continua com a sua força centrípeta ascendente, aumentando a motivação do time e seus integrantes. As melhores equipes que conhecemos estão cercadas por motivações intrínsecas e protegem-se de fatores externos, empurrando-os para outra direção.

Existem dois tipos de motivação:

  • Motivação extrínseca é influenciada por fatores externos, tal como dinheiro, poder, pressão, imagem e etc.
  • Motivação intrínseca, como Daniel Pink ressalta, é aquela que acorda você para a corrida diária do trabalho. E não estamos falando sobre o seu despertador.

Na era do conhecimento, perder um integrante de um time significa que um pedaço do conhecimento foi perdido também.

Maior produtividade e maturidade do time

O time com baixa rotatividade, como consequência inicial das entregas constantes de valor com ciclos curtos, assume um conjunto de compromissos e ações que são a base para uma equipe de alta performance.

Falando de maturidade, entram aspectos como motivação e engajamento do time para os objetivos diários e finais da organização. Essa dimensão reflete diretamente na confiança e no empenho da equipe. Contribui também para que a equipe assuma responsabilidades e se sinta confortável com elas mesmas.

As equipes de alta performance possuem um grande diferencial competitivo, pois podem se adaptar a mudanças mais facilmente, bem como criar soluções inteligentes para os novos desafios.

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Conclusão

A grande maioria dos textos e estudos sobre equipes de alta performance, concentram-se no papel do Líder, em como o ele deve gerir e construir este time. Embora tal papel permaneça importante, acreditamos que é necessário focar também nos membros do time e como aproximá-los de seus líderes.

Enxergamos que o caminho para chegar a tão sonhada equipe de alta performance passa por uma profunda mudança cultural. Estamos falando da adoção da cultura Ágil no sentido mais amplo. Para entrar e evoluir na Espiral de Times de Alta Performance, os times podem e devem se auto organizar e buscar a melhoria contínua mantendo a entrega de valor e felicidade como as principais prioridades.

Quer saber mais sobre esse assunto?

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Aprenda técnicas para criar times de alta performance em Técnicas Ágeis de Facilitação.

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Sobre o autor(a)

Agile Expert e Trainer na K21

Andre Bocater Szeneszi é sócio na K21 e co-fundador da startup WBrain Agile People. Com uma longa trajetória empreendedora e também como HeadHunter, Andre é apaixonado por Pessoas e Cultura Ágil. Formou-se em Administração pela PUC-Rio e possui diversas especializações em Business, como: especialização em Finanças pela Pontifícia Universidad Católica de Buenos Aires, Gerenciamento Estratégico pela Universidad de Belgrano e Strategic Planning & Decision Making pela Berkeley. Atuou como professor da Pós-Administração da Fundação Getulio Vargas durante muitos anos e também ministra treinamentos de Cultura Ágil no Brasil, América Latina, Estados Unidos e Europa. É colunista da Revista Human em Portugal.

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