Imagine um extenso planejamento de Marketing, detalhado e que levou meses para ser realizado. Páginas e mais páginas de relatório cheio de tabelas e análises. Projeções financeiras e prazos. Tudo exatamente como manda um manual de plano de negócios tradicional.
Pois é. Este é o mindset que foi ensinado a muitos de nós e que ainda hoje é amplamente difundido. Mas hoje em dia, será que esses planos detalhadamente documentados são realmente necessários?
Não, a resposta é não. O Manifesto Ágil já dizia que muito mais vale se adaptar às mudanças do que seguir um plano. E principalmente no caso do Marketing, testar, medir e aprender de maneira iterativa é muito mais importante do que planos extensos embasados em hipóteses e premissas não validadas.
Assim, esse ciclo de testar, medir e aprender gerou um novo mindset dentro do Marketing. E este novo mindset tem sido chamado de Growth Hacking Marketing.
Como afirmou Aaron Ginn, um escritor e colunista sobre Growth Hacking, “o objetivo final de todo growth hacker é construir uma máquina de marketing auto-suficiente que alcance inúmeras pessoas por conta própria.”
Podemos então definir um growth hacker como alguém que pensa de maneira muito mais objetiva, focada em testes e métricas, buscando sempre medir, de alguma forma, o alcance de suas ações. Basicamente, o growth hacker é alguém que substituiu as instruções do marketing tradicional somente pelo o que é testável, rastreável e escalável.
Quer uma prova de que isto tem funcionado? Aí vão algumas: Dropbox, Facebook, Twitter, Instagram, Uber, Groupon, Hotmail, entre muitas outras. Já tentou somar o valor atual de mercado dessas empresas? Se for tentar, sugiro que pegue uma calculadora de muitos dígitos.
Todas essas empresas, sem exceção, cresceram sem gastar grandes quantias com propaganda e ações de marketing mirabolantes. Tudo focado apenas em ações específicas, mirando sempre nos chamados “early adopters” e com foco total na qualidade do seu produto e muita criatividade.
O grande diferencial delas é a concentração do seu tempo, seus recursos e sua energia no ciclo de melhoria contínua de seus produtos, mais especificamente no ciclo de “lean startup”.
Através dessas interações do lean startup, essas empresas geram melhorias reais e incrementais para seus produtos. Com um produto cada vez melhor e direcionado para o público certo, o marketing passa a ser uma consequência.
Praticar o Growth Hacking Marketing então nada mais é do que alcançar o seu público alvo de forma eficiente, extraindo métricas, informações e aprendizados visando melhorar o seu produto e fidelizar clientes.
Existem diversas técnicas muito interessantes de Growth Hacking que vale você conferir. Uma ótima leitura introdutória sobre o tema é o livro “Growth Hacking Marketing” (Ryan Holliday). Rápida, fácil e bem interessante! Além dela, outras fontes muito legais para você beber são Quora – Growth Hacking, Growth Hackers, Andrew Chen (Growth at Uber).
Mas o principal objetivo deste post é mostrar que o Growth Hacking vai muito além de técnicas, testes e métricas. Growth Hacking é mudança de mindset! Em um mundo conectado onde muitas coisas mudam muito rápido, planejamentos engessados, inchados e caros já não funcionam mais. Você precisa ser rápido para se adaptar! Você precisa ser Ágil!
Gastar milhões em planos que não conseguem ser mensurados e rastreados de forma concreta não é eficiente. Argumentos como “adquirimos mind share” sem a apresentação concreta de retorno de valor para o negócio já não são mais aceitos. Não podemos mais desperdiçar tanto dinheiro, tempo e energia em coisas que não agregam valor para o nosso negócio.
Praticar um marketing eficiente hoje em dia significa interações contínuas com o mercado para testar e validar de seu produto. Muito mais importante do que empurrar um produto para o mercado de massa é investir num produto cada vez melhor para seu público alvo.
Para exemplificar como até empresas muito tradicionais estão revendo sua forma de pensar o marketing, o Mc Donald’s trocou sua agência publicitária nos EUA, a agência Leo Burnett pela Omnicon. Pelo acordo, o grupo Omnicom será remunerado unicamente com base em receitas geradas por resultados específicos. Nada de bonificação por volume ou qualquer outra forma de remuneração clássica do mercado publicitário. A mensagem é clara: entregue resultados reais e mensuráveis ou saia sem um centavo.
Esqueça grandes budgets para queimar, grandes planos de marketing ou coisas assim. Get out of the building! Busque sistematizar suas interações com o mercado, colher aprendizados e melhorar o seu produto. Muitas das vezes, investir em seu produto pode ser o melhor investimento de marketing que você pode fazer.