O Padrão 1, 2, N tem várias utilidades. A ideia é reduzir e implementar a melhoria contínua e reduzir o impacto de um possível erro. O conceito nasceu no eXtreme Programming. Mais especificamente introduzida por Kent Beck na automação de testes. Nesse contexto para cada função do código-fonte, você vai adicionando camadas de abstração. Por exemplo, digamos que estamos criando uma calculadora de idade.
Passo 1: Queremos saber quantos anos têm alguém que nasceu em 1982. Nosso método retornará apenas o valor 42 (estamos em 2024). Passo 2: Queremos saber a idade de alguém que nasceu em 2012. Se o valor passado for 1982, então ele retorna 42. Se o valor passado for 2012, então retorna o valor 12. Passo N: Para qualquer ano informado, retorna o ano corrente menos o ano informado.
Entretanto, não é apenas na programação que o padrão 1, 2, N é útil. Ele pode ser utilizado para gestão, ensino, design, entrevistas, inovação etc.
O que é o Padrão 1, 2, N?
O padrão 1, 2, N é uma abordagem incremental que se concentra em resolver problemas de forma progressiva, priorizando simplicidade e adaptação. Ele começa pelo caso mais básico ou ideal (Passo 1), avança para lidar com uma variação ou exceção significativa (Passo 2) e, por fim, generaliza para abranger todos os cenários possíveis (Passo N). Essa metodologia permite que soluções sejam construídas em camadas, começando pelo essencial e evoluindo gradualmente, garantindo que o sistema ou processo seja funcional desde o início.
Aplicações em outras áreas
Entrevistas com clientes: Fazer entrevistas com clientes é custoso. No geral, não queremos “queimar” a entrevista fazendo as perguntas erradas para nossos clientes, pois sabemos que não teremos uma segunda chance. Então. Ao invés de fazer um questionário e mandarmos para 200 pessoas. Vamos fazer uma entrevista primeiro. Coletar feedback e arrumar o questionário. Vamos então entrevistar outra pessoa. Coletar feedback e arrumar o questionário e agora sim. Com as melhorias que fizemos, vamos entrevistar 200 pessoas.
Lançamento de um novo produto: Nunca faça um lançamento global. Você pode, por exemplo, disponibilizar apenas para a cidade do Rio de Janeiro. Ou então, apenas um bairro do Rio de Janeiro. Colete feedback, arrume o produto e faça o lançamento em outro bairro ou cidade. Finalmente faça o lançamento global.
Estratégia de Marketing: Apresente a campanha de marketing para um grupo de pessoas em uma rede social específica. Colete feedback, faça os ajustes necessários. Crie a segunda campanha para outro grupo e/ou em outra rede social e publique. Colete feedback, arrume a campanha e faça o lançamento dela melhorada.
Padrão 1, 2, 3, 4, N
É possível aumentar a quantidade de passos antes de fazer a generalização final? Sim. Perceba que o método é uma questão de ir aprimorando uma ideia e ganhando a confiança no que você está fazendo. Não há problema nenhum em acrescentar passos. O único cuidado que você deve ter é não ficar adicionando uma quantidade enorme de passos antes da generalização. Uma hora você terá que chegar no N ou alguém vai chegar por você. Normalmente um gerente, diretor ou investidor.
Conclusão
O padrão 1, 2, N é uma abordagem simples, mas incrivelmente poderosa. Ele nos ensina a resolver problemas de maneira incremental, começando pelo essencial e evoluindo gradualmente para cenários mais complexos. Ao adotar esse padrão, podemos simplificar processos, minimizar riscos e garantir entregas contínuas e eficazes, ao mesmo tempo em que aprendemos e ajustamos o caminho à medida que avançamos. Mais do que uma técnica, ele é um convite para pensar de forma iterativa, explorando soluções que evoluem com o tempo e respeitam a complexidade natural de qualquer desafio. Experimente incorporá-lo e veja como ele pode transformar sua forma de trabalhar e resolver problemas!
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