Quando falamos de produtos e serviços, as Métricas de Eficácia são aquelas que mais interessam. Elas avaliam se o esforço do nosso trabalho se transformou em um grande sucesso ou retumbante fracasso. Nesta série de artigos, escrevo algumas métricas que você pode utilizar para ver como está o desempenho do seu produto ou serviço.
Serão quatro artigos. Neste primeiro apresento o framework das Métricas do Pirata que servirá como base para organizar nossas métricas; no segundo escrevo sobre métricas nas categorias de Aquisição, Ativação e Retenção. No terceiro sobre as métricas de Receita e o quarto e último são as métricas de Recomendação.
Métricas de Eficácia: as Métricas do Pirata
Existem algumas centenas de métricas de eficácia que você pode utilizar. É algo muito legal, mas pode acabar te afogando em um oceano de números. Para facilitar a visualização dessas métricas de eficácia, vamos utilizar o framework de Métricas do Pirata de Dave McClure. Olhe a imagem abaixo.
Para entender as Métricas do Pirata, você deve ter em mente três coisas. Primeiro, embora o nome do framework comece com a palavra Métricas, não são métricas de fato e sim categorias. Dentro de cada categoria podemos utilizar algumas dezenas de métricas. Segundo, o comportamento é sempre de funil. Você terá um número alto de aquisições, porém ficará menor em ativações, um tanto menor em retenção, menor ainda em receita e bem menor em recomendações.
Por fim, quando o Dave McClure pensou nessas métricas, ele tinha em mente o modelo freemium. São serviços em que você tem acesso gratuito, porém se você quiser mais do que o serviço oferece, você terá que pagar. São exemplos desse tipo de produto: Spotify, Google Drive, Youtube, Trello. Se o seu produto não seguir essa linha, você terá que verificar qual seria o mais adequado para você. Abaixo temos alguns outros exemplos.
Tipos de Funis das Métricas do Pirata
Freemium
Produtos que você tem acesso gratuito, mas se quiser mais funcionalidades, tem que pagar. Exemplos: Youtube, Spotify, Google Drive, Trello.
Best Seller
Produtos cuja recomendação acontece antes mesmo da aquisição. Por exemplo, quando a Apple anuncia um novo iPhone, antes de qualquer pessoa ter o iPhone em mãos, já há comentários nas redes sociais e uma longa fila para comprar o novo aparelho. Outros exemplos desse tipo de funil são livros como a saga Harry Potter, religiosos como a Bíblia e o Alcorão, carros da Tesla, novidades do McDonalds etc.
Dívida
Produtos que você tem que pagar após o 1º uso. Você pode ou não voltar a utilizá-lo. Por exemplo, você pede uma pizza no delivery. Assim que a pessoa te entrega a pizza, você tem que pagar por ela mesmo sem ter experimentado o produto. São exemplos as lojas de e-commerce, restaurantes em geral e Telefonia pós-paga.
Eventos Simultâneos
Produtos em que não há uma separação clara entre uma etapa e outra. Por exemplo, quando você compra um celular pré-pago, a ativação da linha e a primeira carga acontecem quase que simultaneamente. Não há uma separação clara dos eventos.
Eventos Sequenciais
Produtos em que uma etapa é dada em múltiplos eventos. Por exemplo, quando você recebe um cartão de crédito, para a empresa, sua ativação é feita em 2 eventos. O primeiro é quando você desbloqueia o cartão. O segundo é na primeira compra que você fará com o cartão.
Agora a pergunta que você está fazendo. Mas porque cargas d’água se chama métricas do Pirata. Bem, quando você junta a primeira letra de cada categoria, Aquisição, Ativação, Retenção, Receita e Recomendação, você tem o AARRR! Caso você não saiba é o som feito pelo pirata na língua inglesa.
Visto isso, nos próximos artigos veremos as métricas de Aquisição, Ativação e Retenção. Também tem este aqui que fala sobre Receita e por fim este aqui que fala sobre Recomendação.