Five Fingers: Uma técnica de facilitação

Você já participou de uma reunião interminável, discutindo por horas na tentativa de chegar a um consenso? Lembrança estressante, não é? A seguir, explico uma técnica de facilitação desenvolvida especificamente para conseguir consenso: o Five Fingers.

Mas o que é consenso?

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, chegar a um consenso não significa conseguir unanimidade. Consenso é um conceito mais aberto, que significa que as pessoas envolvidas podem até achar que existem opções melhores, mas todas estão dispostas a aceitar a decisão da maioria. Esse, aliás,  é um aprendizado importante quando estamos falando do assunto facilitação!

Five Fingers:

Imagine que o time está discutindo uma questão técnica e algumas soluções estão sendo avaliadas. Escolhe-se aquela que parece ser mais aceita por todos e então o time inicia uma rodada de votação. Cada membro do time deve decidir e votar, usando uma escala de 1 a 5 (usa-se a mão para votar, por isso a técnica se chama Five Fingers):

1- Discordo totalmente e não aceito de forma alguma;
2- Discordo;
3- Vejo vantagens e desvantagens, mas sigo com a decisão do grupo;
4- Concordo;
5- Concordo totalmente.

Se todos os membros do time votarem 3 ou mais, chegou-se ao consenso. Senão, deve-se discutir novamente dando tempo suficiente para que as pessoas que votaram 1 ou 2 possam explicar seu voto e sugerir mudanças. A partir do feedback, procura-se ajustar a proposta de solução. Segue-se então com uma nova rodada em busca de votos com 3, 4 ou 5 apenas.

A partir daí, duas coisas podem acontecer:

– O consenso é alcançado: ok, comemore!
– O consenso não é alcançado: neste caso, usa-se o bom senso para saber se vale a pena ter uma nova rodada. Em caso negativo, a proposta de solução é reprovada e deve-se partir para outra ideia.

É claro que a técnica Five Fingers não garante que o time vá conseguir consenso, até por que nem toda solução apresentada é realmente boa. A ideia aqui é organizar o processo decisório, garantindo que todos sejam ouvidos, de forma que o time não perca tempo com discussões intermináveis, estressantes e acima de tudo, improdutivas. Uma forma de tornar a sessão ainda mais eficiente é definir timeboxes para as discussões e votações. Aliás, controlar o tempo por meio da definição de timeboxes é mais uma boa técnica de facilitação.

Marcos Garrido, Sócio-fundador e Trainer na K21

Sobre o autor(a)

Co-fundador da K21, Nower e Wbrain

Marcos Garrido, co-fundador da K21, é Certified Enterprise Coach (CEC), Certified Scrum Trainer (CST) e Certified Team Coach (CTC), fazendo parte do seleto grupo no mundo que possuem as três certificações mais importantes da Scrum Alliance. Com grande atuação internacional, possui larga experiência em Transformação Digital e Gestão de Produtos.

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